Os celulares inteligentes podem ser uma das áreas mais quentes da tecnologia, com a disputa entre grandes nomes como Apple e Google, mas os investidores estão questionando as perspectivas de crescimento das operadoras de telefonia móvel à medida que se desacelera o crescimento da base de clientes.
Embora seja verdade que aparelhos inteligentes como o iPhone ou os celulares Android reforçarão a audiência por serviços sem fio avançados tais como vídeo, jogos e acesso móvel à web, os analistas se preocupam com a possibilidade de que os retornos desses serviços não sejam capazes de sustentar crescimento de receita.
As expectativas de captura de novos assinantes já são inferiores ao normal para o atual trimestre, que se encerrará dias depois da feira CTIA de telefonia móvel, que acontece de 23 a 25 de março, em Las Vegas.
O crescimento no número de clientes de telefonia móvel no primeiro trimestre em geral é cinco a 10% mais lento que no movimentado quarto trimestre, mas este ano os analistas preveem queda de 15% na expansão de assinantes de planos pós-pagos.
Diante desse cenário, operadoras norte-americanas como AT&T e Verizon devem concentrar seus esforços em serviços avançados de telecomunicações, durante a CTIA. As operadoras podem cobrar tarifa adicional dos usuários por serviços de dados tais como acesso à Internet e mensagens de texto.
Mas os analistas dizem que isso não bastará para compensar a queda na receita com serviços de voz e a alta nos custos dos serviços de dados.
"Eles podem agitar quanto quiserem no mercado de dados, mas a verdade é que o crescimento de receita do setor de telefonia sem fio dos EUA foi de apenas 2,6% em 2008", disse Craig Moffett, analista da Bernstein.
"Não há mais crescimento nesse setor", disse ele, prevendo queda sequencial de 10% na expansão do número de assinantes de planos pós-pagos no primeiro trimestre.
Além disso, as operadoras têm que gastar recursos para atualizar suas redes diante do pesado uso de dados gerado pelos smartphones e outros dispositivos sem fio.
Moffett, da Bernstein, afirmou que as operadoras terão que cobrar mais dos usuários intensivos de dados em serviços como navegação sem limites pela internet. Com isso elas poderiam investir para reduzir o congestionamento na rede.
Mas as operadoras têm se mostrado hesitantes em investir porque muitos consumidores estão reclamando de ter de pagar US$ 30 ou mais por mês por serviços de dados ilimitados.
Alguns analistas, porém, afirmam que o lançamento de serviços celulares de quarta geração (4G) poderá representar uma boa oportunidade para as operadoras introduzirem novas estruturas de preços.
Por exemplo, clientes de cartões de dados 4G da Sprint, pagam US$ 59,99 por mês por acesso ilimitado à internet.
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