domingo, 28 de março de 2010
Biblioteca Britânica disponibiliza versão digital do manuscrito de "Alice"
A Biblioteca Britânica disponibiliza agora o manuscrito de "Alice no País das Maravilhas", em versão digital. O leitor terá acesso ao original da história, escrito e ilustrado por Lewis Carroll, pseudônimo do professor de matemática e diácono inglês Charles Lutwidge Dodgson (1832-1898).
A história da menina, que entra na toca do coelho e se perde em um mundo cheio de fantasias, surgiu em 1862, enquanto Carroll divertia as irmãs Lorina, Alice e Edith Liddell com a narrativa oral. Alice, com dez anos, pediu que ele escrevesse a história. Tocado pelo singelo pedido da menina, o matemático compôs o volume com 37 ilustrações e entregou o livro para a garota em novembro de 1864.
Alice leiloaria anos depois o volume, que foi comprado por um colecionador americano, mas retornou para a Inglaterra em 1948 quando um grupo de benfeitores o apresentou para a Biblioteca Britânica.
Para publicar, Carroll reescreveu a história e removeu algumas das referências pessoais que fez à família de Alice. Adicionou dois capítulos e lançou o livro com ilustrações do artista John Tenniel (1820-1914).
A toca do coelho em evidência
A obra está mais do que em evidência por conta da adaptação de Tim Burton que deve estrear nos cinemas brasileiros em abril. A versão cinematográfica terá Johnny Depp no papel do Chapeleiro Maluco, Helena Bonham Carter como a Rainha Vermelha e Anne Hathaway como a Rainha Branca.
Segundo o ranking divulgado no último sábado (20) pelo caderno "Ilustrada", da Folha de S.Paulo, "Alice" é o quinto livro mais vendido na categoria ficção. Este volume reúne duas histórias, as "Aventuras de Alice no País das Maravilhas" (1865) e sua continuação, "Através do Espelho e o que Alice Encontrou por Lá" (1871). Com ele, o leitor poderá tatear os belos desenhos de Tenniel.
Alice no nosso país
A intencionalidade existente no romance diverge da presente em contos infantis. Carroll apronta uma armadilha simples e de fácil captação a todos desde a primeira fala da menina: "Porque eu não sou, está vendo?".
Alice se empenha no absurdo e não no convencional para contar sua estória, e se utiliza de um jogo de significados baseado na linguagem. A menina sofre várias mudanças após entrar na toca do coelho --metamorfoseia-se em coisa e em criança que se esconde, mas governa o mundo.
Quando toma consciência de que precisa ser, torna-se um adulto/objeto das ferramentas perniciosas do mundo. Deixa de atentar ao absurdo, porque cresce e morre duplamente. Carroll comprova por esta hipótese a própria mobilidade de sentidos que sua narrativa assume.
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