Um juiz encarcerado informa aos seus seguidores no Twitter sobre a prisão. Enquanto isso, o diretor de uma emissora de TV de oposição usa o Twitter para denunciar uma conspiração com o objetivo de derrubá-lo.
Os oponentes do presidente venezuelano Hugo Chávez aderiram ao Twitter e a outros sites de redes sociais, abrindo uma nova frente na campanha de uma década contra o presidente que se declara socialista revolucionário e é acusado por eles de silenciar a mídia e de cercear liberdade de expressão.
O fechamento de uma popular rede privada de TV deflagrou manifestações de rua convocadas por mensagens com #freevenezuela, que se tornaram o quarto item na lista mundial de tendências do Twitter, em fevereiro.
O site de microblogs vem registrando crescimento explosivo na Venezuela, com mais de 200 mil contas ativas. Com crescimento de mais de 1.000% em 2009, a Venezuela agora registra um dos maiores índices per capita de uso do Twitter na América Latina.
A ascensão vertiginosa do Twitter incomodou Chávez e ele está contra-atacando.
"A internet é uma trincheira de batalha porque está trazendo uma corrente de conspiração", disse Chávez no começo do mês.
"A internet não pode ser livre", disse ele, ainda que dias mais tarde negasse alegações de que seu governo planejava censurar a web, apontando para o fato de que o uso da internet havia se expandido dramaticamente entre os venezuelanos em seus 11 anos de governo.
Ainda assim, seus detratores afirmam que um plano de canalizar todo o tráfego de internet pela estatal de telecomunicações é um forte sinal das intenções de Chávez de silenciar a dissidência on-line.
Frustrada pela onipresença do presidente na mídia tradicional, na qual Chávez muitas vezes aplica uma lei que força estações de rádio e TV a transmitir seus longos discursos, a oposição vê os sites de redes sociais como meio de escapar às restrições impostas pelo presidente populista.
"O Twitter está mudando a maneira pela qual usuários se comunicam e organizam, e lhes dá novos poderes e capacidade de difusão de informações", disse Luis Carlos Diaz, especialista em tecnologia do Centro de Investigação e Ação Social.
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