Um ensaio autobiográfico intelectual que não destaca os aspectos pessoais da própria autora, mas do entorno de seus estudos sobre cultura e tecnologia no século 20. Em "Escolhas: uma Autobiografia Intelectual", Heloisa Buarque de Hollanda acompanha boa parte das inovações nos últimos 50 anos nesses campos e expõe para o leitor as mudanças --dos estudos sobre os livros mimeografados dos poetas marginais ao uso criativo da escrita deles na web.
Neste livro, a autora mergulha no universo da cultura digital desde o seu surgimento. Heloisa discute o futuro do livro como suporte e o da leitura como percepção. Examina ainda as periferias culturais e sua produtividade.
A pesquisadora relata como comprou seu primeiro computador, em 1983, no período em que dava aulas em Stanford, no Sillicon Valley. A partir desse período, começou a pesquisar e a escrever sobre cultura e tecnologia. Depois recebeu um convite dos cadernos da Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura) para escrever sobre a cultura hospedada na web. Resolveu tratar da poesia e da produção cultural de negros/as e mulheres para conferir se esses segmentos tinham pouquíssimos canais de expressão disponíveis.
Heloisa fez uma pesquisa precária com as ferramentas de busca disponíveis à época e identificou uma vasta quantidade de sites de poetas, cultura negra, cultura de mulheres e, inclusive, um uso tático de guerrilha de informação elaborado pelo MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra).
Com a cientista da informação Yonne Chastinet, ela criou a Biblioteca Virtual de Estudos Culturais, a primeira do Prossiga --projeto de ponta do CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico) criado em 1995 com o objetivo de utilizar serviços de informação na internet voltados para as principais áreas do governo.
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