O serviço de GPS (em inglês, sistema de posicionamento global) fica cada vez mais popular no Brasil.
O número de carros cresceu, o trânsito das cidades ficou mais complexo e os preços de aparelhos e planos caíram cerca de 50% desde os primeiros lançamentos, há cinco anos.
Depois da compra, porém, ainda cabem alguns cuidados. Aparelhos instalados em locais inadequados prejudicam a visão do motorista e, mal fixados, podem causar danos aos ocupantes em caso de batida.
"O navegador deve ser posicionado em local de visibilidade imediata, na altura dos olhos do motorista, como ocorre com o painel de instrumentos do veículo", recomenda Jomar Napoleão, vice-diretor do comitê de veículos de passeio da SAE Brasil (Sociedade de Engenheiros da Mobilidade).
Para Napoleão, instalar o GPS no console central, abaixo do painel, é a pior opção. O motorista tem de mover a cabeça para baixo para olhá-lo.
"Colocado na altura dos olhos, é como olhar no retrovisor periodicamente. Usar a função de comando por voz também ajuda muito", diz.
Mesmo na altura do painel, nem todas as posições são ideais. A linha de encontro entre o para-brisa e o topo do console é bastante utilizada, mas, para o instrutor de pilotagem Roberto Manzini, instalar o GPS próximo ao retrovisor esquerdo é melhor.
"No meio do para-brisa, o GPS compromete a visão das laterais, e o motorista pode não ver uma moto ou um pedestre, por exemplo", afirma Manzini.
Segundo Marcus Romaro, gerente técnico do Cesvi Brasil (Centro de Experimentação e Segurança Viária), a posição de montagem do GPS também depende da arquitetura interna de cada veículo.
"O aparelho deve estar ao alcance dos olhos do motorista, sem limitar o campo de visão da pista e de leitura dos instrumentos", orienta Romaro.
Acidentes
De acordo com o técnico, fixar o aparelho corretamente é ainda mais importante. "Caso não esteja devidamente preso, o GPS pode soltar em uma batida e atingir os ocupantes, causando lesões graves e até mesmo cegueira", alerta Marcus Romaro.
A pedido da Folha, o Cesvi fez uma simulação. Em um teste padrão, a 50 km/h contra uma barreira rígida e indeformável, a energia transmitida para dentro do habitáculo é de cerca de 50 g -50 vezes a força da gravidade.
"O peso de tudo que está dentro do veículo pode ser multiplicado por 50. Portanto, um GPS, que pesa 200 g, poderá chegar a 10 kg no momento do impacto. É o suficiente para causar ferimentos", afirma.
Em geral, obstáculos na rua como árvores, postes, muros e carros não são perfeitamente indeformáveis, como no teste. Com isso, os técnicos do Cesvi estimam que uma colisão real a 80 km/h produza uma energia semelhante à obtida no teste.
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