Depois de meses de rumores, especulações e sigilo, a Apple vai submeter seu computador tablet iPad ao teste que realmente importa: o do público comprador, no próximo sábado (3), nos Estados Unidos.
A expectativa é de disparada inicial nas vendas do iPad assim que o produto chegar às lojas dos Estados Unidos. Com a ajuda de dezenas de fãs da Apple, filas devem se formar nas lojas do país antes das 9h, numa corrida para ver quem é o primeiro a brincar com o novo aparelho, cujo modelo mais barato custa US$ 499.
Mesmo com as pessoas que encomendaram o iPad com antecedência estejam autorizados a retirá-los a partir de 3 de abril, aqueles que fizeram suas encomendas on-line mais recentemente foram informados de que os aparelhos não serão embarcados antes de 12 de abril.
No entanto --desconsiderado o entusiasmo de lançamento--, o que fica menos claro é se o iPad conseguirá atrair o público convencional, para além dos fanáticos pela marca, depois dos primeiros meses de excitação após o lançamento e ao longo do ano que vem. Isso definiria uma nova categoria de aparelhos que completam a lacuna entre o celular inteligente e os notebooks.
As ações da Apple registraram alta recorde com o acréscimo do iPad às estimativas de lucros dos analistas e em meio a informações de pré-encomendas saudáveis. Mas as previsões de vendas do aparelho em seu primeiro ano variam amplamente --entre 2 milhões e 5 milhões de unidades, e refletem a dificuldade em prever as dimensões de um mercado ainda não testado.
Sempre bem provida de ambição, a Apple está oferecendo o iPad como um novo aparelho de mídia que combina a mobilidade e simplicidade de um celular inteligente à velocidade e tamanho de tela de um laptop.
"É uma aposta de alto risco e alta recompensa, porque, dada o portfólio relativamente estreito de produtos da Apple, caso um equipamento lançado fracasse, a empresa sai prejudicada", disse Van Baker, analista da Gartner, que antecipa que o iPad será sucesso.
Grande iPhone
O iPad se assemelha a um iPhone de maior porte, com tela sensível a toques de 9,7 polegadas, e pode operar com a maioria dos mais de 100 mil aplicativos que tornaram o iPhone tão popular.
O produto é uma criação típica da Apple, com cerca de 1,3 centímetro de espessura e 700 gramas de peso. O aparelho é equipado com rede sem fio WiFi e a bateria dura 10 horas. A conectividade com redes celulares de terceira geração virá mais tarde em abril, com o modelo mais caro custando US$ 829.
Especialistas em tecnologia elogiaram a tela elegante do iPad e seu rápido programa de navegação pela internet, mas também criticam a falta de câmera e a incapacidade do produto de executar mais de um aplicativo por vez e de não ser compatível com sites que usam o programa Flash da Adobe, que é requerido para visualização de sites populares de vídeo como o Hulu.com.
As avaliações iniciais foram baseadas em testes rápidos depois que o presidente-executivo da Apple, Steve Jobs, revelou o aparelho em janeiro. Colunistas influentes de tecnologia, como Walt Mossberg, do "Wall Street Journal", e David Pogue, do "New York Times", ainda não fizeram avaliações aprofundadas do aparelho, algo que pode influenciar o desempenho das vendas entre o público menos familiarizado com tecnologia.
Se o iPad for bem sucedido, o aparelho poderá definir um padrão para a onda de tablets que serão lançados este ano, produzidos por empresas rivais que incluem Hewlett-Packard e Dell, e fornecer uma passagem da mídia impressa para um futuro digital.
Comparativamente, as apostas são altas de sucesso inicial de vendas do iPad. As vendas do iPhone superaram a marca das 1 milhão de unidades 74 dias depois que o celular foi lançado em 2007 e o produto vendeu mais de 2 milhões de unidades no quarto trimestre do mesmo ano, após um grande corte de preços feito em setembro de 2007.
A Apple vendeu mais de 40 milhões de iPhones em menos de três anos em que o aparelho está disponível no mercado.
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