Promotores públicos dos Estados Unidos acusaram na quarta-feira uma
mulher da Califórnia de divulgar informações sigilosas sobre empresas de
tecnologia a dois hedge funds, em troca de pagamentos ilegais, e com
isso expandiram seu inquérito sobre o uso indevido de dados
confidenciais em transações financeiras.
Winifred Jiau foi pelo menos a sexta pessoa detida desde que as
autoridades norte-americanas realizaram buscas nas sedes de três hedge
funds, no mês passado, aumentando a pressão sobre o setor como parte de
uma investigação que já dura mais de dois anos.
A Primary Global Research, uma "rede de especialistas" que conecta
investidores como hedge funds a especialistas setoriais, anunciou em
comunicado que empregou Winifred como consultora de setembro de 2006 a
dezembro de 2008, quando "o relacionamento foi encerrado".
O período corresponde em linhas gerais àquele no qual os promotores afirmam que as atividades ilegais da acusada ocorreram.
O advogado de Winifred não foi localizado imediatamente para comentar.
Os promotores acusaram Winifred, 43, de vender informações sigilosas
sobre empresas de capital aberto, entre as quais as fabricantes de chips
Marvell Technology Group e Nvidia, a hedge funds.
Eles disseram que a informação foi vendida por meio de uma rede de
especialistas, em troca de pagamentos de mais de US$ 200 mil canalizados
por meio da empresa, cujo nome tampouco foi revelado.
Hector Marinez, porta-voz da Nvidia, disse que Winifred trabalhou sob
contrato para a empresa, até cerca de um ano atrás. A Marvell não
respondeu a um pedido de comentários.
Os hedge funds pagam por acesso a especialistas que supostamente oferecem análises sobre tendências setoriais.
Winifred está detida sob acusações de fraude financeira e conspiração, e
pode enfrentar sentença de até 20 anos de prisão pela acusação de
fraude financeira, de acordo com Preet Bharara, promotor público federal
norte-americano no distrito sul de Nova York.
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