O governo do Uruguai confirmou anteontem que o país migrará para o
sistema nipo-brasileiro de TV digital e, consequentemente, abandonará o
plano de implementar o modelo europeu.
A decisão já era esperada pelo governo brasileiro, que realiza um
campanha diplomática e comercial para difundir o sistema na região e no
continente africano.
Após a adesão do Uruguai, a Colômbia se transformou no único país da
América do Sul que ainda não adotou o padrão, desenvolvido no Brasil a
partir da tecnologia japonesa. O governo colombiano, no entanto, já
sinalizou que também pretende seguir a opção dos vizinhos.
Segundo o chanceler uruguaio, Luis Almagro, que fez o anúncio oficial, o
país quer ser 'coerente com o discurso de integração regional' e
considerou "razões geopolíticas" para tomar a decisão.
O Uruguai já havia assinado contratos e começado a implementar um plano
piloto com o sistema europeu, mas os recursos desembolsados até agora
são "pouco importantes", segundo o governo.
Para convencer os uruguaios a mudar de ideia, o governo brasileiro
ofereceu, além da assistência técnica, cerca de US$ 290 milhões em
investimentos privados, que terão financiamento do BNDES, caso se
concretizem.
Entre as promessas, está a instalação de uma fábrica de conversores digitais, conhecidos como set-top boxes.
A unificação do modelo na América do Sul trará vantagens como o
intercâmbio de conteúdos e a redução de custos --por uma questão de
escala-- na produção dos aparelhos.
Para as empresas brasileiras que oferecem equipamentos e programas
usados pela TV digital, a unificação significa 550 milhões de
consumidores num mercado carente de produtos e serviços.
A União Europeia "lamentou" a decisão uruguaia e, por meio de um
comunicado, afirmou que continuará buscando parcerias com o país em
outras áreas.
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