A autobiografia do australiano Julian Assange deverá incluir um
detalhado relato da história por trás da criação do site WikiLeaks, que
vem irritando a diplomacia dos Estados Unidos com a divulgação de
milhares de arquivos secretos, revelou nesta terça-feira o editor
norte-americano Alfred A. Knopf.
O porta-voz de Knopf, Paul Bogaards, afirmou que Assange e sua editora
chegaram a um acordo sobre sua autobiografia "pouco antes do feriado" e
espera-se que um manuscrito seja entregue ainda em 2011.
No Brasil, o livro deverá ser publicado pela editora Cia. das Letras. O
lançamento será simultâneo em todo o mundo, mas ainda não há data
definida.
Assange declarara ao jornal britânico"The Sunday Times", que havia feito
um acordo sobre um livro por causa de necessidades financeiras
decorrentes de questões legais.
Ainda na entrevista Assange disse que já tinha assinado acordos de mais
de um milhão de libras esterlinas (cerca de R$ 2,5 milhões) para
publicar o livro.
De acordo com as editoras, o acerto envolverá a quantia de US$ 800 mil
da parte da Knopf e outros US$ 500 mil da editora britânica Canongate,
ambas parte do grupo Random House, propriedade da corporação de mídia
alemã Bertelsmann AG.
"Não quero escrever esse livro, mas tenho de fazer isso", disse Assange
ao "Times", citando uma crescente conta de serviços jurídicos que
chegava a mais de 200 mil libras. "Tenho de me defender e manter o
WikiLeaks no ar."
Bogaards afirmou que o livro ainda não tem título.
"Em termos de assunto, será um relato completo de sua vida até o
momento, incluindo a fundação do WikiLeaks e o trabalho que ele vem
fazendo lá", disse Bogaards. "Ainda não temos um cronograma para a
publicação das memórias."
Assange, de 39 anos, é um australiano especialista em computadores que
enfureceu os Estados Unidos ao divulgar despachos diplomáticos secretos
em seu website e fazer acordo com alguns jornais no mundo para
amplificar o impacto das revelações.
Ele está agora sob liberdade condicional, em prisão domiciliar em uma
casa na região rural da Inglaterra, enquanto luta contra a extradição
para a Suécia, onde as autoridades querem interrogá-lo numa acusação de
delitos sexuais.
LIBERDADE CONDICIONAL
Assange está atualmente em liberdade sob fiança no interior da Inglaterra, enquanto tenta evitar uma extradição para a Suécia.
No último dia 21, o jornal britânico "Guardian" havia informado que
Assange vendeu suas memórias a uma editora nos EUA e uma no Reino Unido,
e que deve ter um manuscrito pronto já em março.
Segundo o jornal, Assange vendeu suas memórias à editora Canongate, no
Reino Unido, e Knopf, nos EUA, parte da Random House, pertencente à
Bertelsmann AG.
A notícia dos livros vieram à tona por meio de um tuíte da editora
espanhola Random House Mondadori, com o chefe da divisão literária
Claudio Lopez dizendo ao mundo: "Manuscrito listo em marzo" (manuscrito
pronto em março").
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