Um italiano que ganhou fama nacional ao invadir campos de futebol em
várias partes do mundo foi preso em Abu Dhabi após anunciar seus planos
de fugir do país por sua página no Facebook.
Mario Ferri, de 23 anos, conhecido na Itália como Falco (Falcão), havia
sido detido e teve seu passaporte retido pelas autoridades locais após
invadir o campo da final do Mundial de Clubes, entre Internazionale de
Milão e Mazembe, do Congo.
Ferri interrompeu a partida carregando uma faixa do Milan, rival do
Internazionale, e uma camiseta com o slogan "Free Sakineh", em
referência à iraniana Sakineh Mohammadi Ashtiani, condenada à morte por
apedrejamento.
Sua tradicional camiseta azul com um logo do superhomem trazia ainda uma
série de nomes de empresas que passaram a patrociná-lo graças à sua
fama na Itália.
CONVOCAÇÃO
A "carreira" de Ferri como invasor de campos começou em maio, na Itália,
quando ele interrompeu uma partida entre Sampdoria e Napoli, pelo
campeonato local, com uma faixa pedindo que o técnico Marcelo Lippi
convocasse o polêmico jogador Antonio Cassano para a seleção nacional
que disputaria a Copa do Mundo no mês seguinte.
Após a eliminação da Itália, sem Cassano, na primeira fase da Copa, na
África do Sul, Ferri invadiu o campo na partida semifinal entre Espanha e
Alemanha, com uma faixa dizendo "Lippi, eu te avisei".
Ele chegou a participar de um famoso programa esportivo de TV na Itália
após interromper a partida entre Real Madrid e Milan pela Liga dos
Campeões da Europa, em outubro.
Apesar de enfrentar vários processos na Itália por suas invasões de
campo, Ferri se aventurou neste mês em Abu Dhabi, para completar
invasões em três continentes diferentes.
Mas ele acabou detido por um dia e impedido de sair do país enquanto
respondesse ao processo pela interrupção da final do Mundial de Clubes,
no dia 18 de dezembro.
CLANDESTINO
Em um vídeo postado em sua página no Facebook, ele anunciou então a
intenção de embarcar clandestinamente no compartimento de carga de um
navio de cruzeiro ancorado em Dubai, também nos Emirados Árabes Unidos.
Ele acabou sendo preso na embarcação e levado de volta para terra,
apesar de afirmar que queria apenas visitar o navio, ancorado em Dubai
na véspera do Natal antes de seguir a Omã, Iêmen e Egito.
Ele agora está proibido de sair de seu hotel até o julgamento, previsto para a semana que vem.
Ferri se disse surpreso com a rigidez do sistema judicial dos Emirados
Árabes Unidos e afirmou que não esperava "esse tratamento".
Em uma entrevista a um site italiano, ele afirmou que, após a invasão do
campo em Abu Dhabi, ele decidiu "parar e não repetir mais atos desse
tipo".
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