As pré-vendas de televisão 3D começaram casadas no Brasil. Tipificada
como crime, a prática foi identificada pela Folha nas ofertas de
duas empresas: a varejista Fnac e a fabricante Sony.
Ambas montaram pacotes nos quais a TV é vinculada a "combos" que
implicavam a compra de aparelho Blu-ray e de filmes, junto aos óculos de
imagens tridimensionais.
Na análise sobre os anúncios de pré-venda da TV 3D de ambas as
fornecedoras, os técnicos do Procon classificaram-nas como casadas
(quando o fornecedor condiciona a aquisição de um produto à compra de
outro).
A reportagem também apurou que o órgão está abrindo uma investigação
sobre o modo de operação das pré-vendas no Brasil.
A venda casada infringe o Código de Defesa do Consumidor e é crime. A
lei 8.137/90 prevê pena de até cinco anos de detenção ou multa.
A Fnac, que anunciou a pré-venda de TVs 3D Samsung (cujo preço chegava a
R$ 16 mil) junto a um combo de R$ 1.668 no fim de abril, admitiu a
prática, mas disse que foi escolha da Samsung, abolida no início de
maio, após reclamações.
Hoje, o consumidor pode optar pelo aparelho 3D e os óculos, sem Blu-ray e
filmes.
Já a Sony, que oferece a TV também por até R$ 16 mil, com quatro óculos,
um Blu-ray player, dois filmes em Blu-ray e jogos em Playstation 3,
admitiu que oferece só o "combo" na pré-venda.
Questionada, disse que os preços se referem só às TVs e que os demais
produtos são brindes, "comercialização de acordo com as normas
estabelecidas pelo Código de Defesa do Consumidor".
"As duas estão caracterizadas como venda casada, principalmente pelo
aparelho de Blu-ray, porque não há necessidade de comprá-lo. Da forma
que está anunciada aqui, não dá oportunidade para o consumidor", afirma
Carlos Coscarelli, assessor-chefe do Procon-SP.
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