Dor de cabeça, náusea, fadiga ocular, visão turva, irritação, tontura,
vertigem... Você certamente já ouviu falar de alguém que sofreu com
algum problema ao assistir a filmes 3D.
Basicamente, esses desconfortos acontecem porque, ao assistirmos a
imagens 3D, somos levados a agir de uma maneira a que não estamos
acostumados.
Martin Banks, professor de optometria da Universidade da Califórnia em
Berkeley, explica o problema em um informativo: "No mundo real, nossos
olhos convergem quando olhamos para objetos próximos e divergem quando
olhamos para longe. Isso é chamado de vergência. Ao mesmo tempo, nossos
olhos focalizam -ou deixam a imagem mais nítida- objetos perto ou longe,
e isso é chamado de acomodação. Normalmente, os dois estão firmemente
ligados no cérebro, de maneira que nem pensamos nisso. No 3D, a tela
fica a uma distância fixa, determinando onde você deve focar. Mas as
imagens exibidas nessa tela retratam distâncias diferentes, e isso
determina onde seus olhos devem convergir".
Ou seja, seus olhos focalizam a tela (distância fixa), mas convergem ou
divergem de acordo com o que é exibido nela (distância móvel).
Esse conflito pode causar desconforto, com intensidade e efeitos que
variam conforme o espectador, a imagem e o ambiente.
Entre outras coisas, o estudo de Banks, publicado em março de 2008 no
"Journal of Vision", indica que o conflito pode ser minimizado com 1) a
colocação dos objetos principais da cena a uma "distância simulada"
próxima à distância real da tela (nem muito à frente, nem atrás dela)
-uma recomendação para cineastas e produtores-; e 2) o uso de telas
posicionadas mais longe do espectador -o que significa que os problemas
devem ser mais intensos com televisores do que em salas de cinema.
Milhões de pessoas no mundo têm dificuldade para ver 3D ou simplesmente
não são capazes disso. Portadores de estrabismo ou ambliopia, por
exemplo, não raro têm dificuldade para perceber a profundidade a partir
da diferença de visão entre os olhos e não conseguem ver os efeitos 3D.
Não existe uma solução garantida para todos os problemas, mas
tratamentos podem ajudar a conseguir visão tridimensional.
Nos EUA, ganhou fama o caso da neurocientista Sue Barry, que escreveu o
livro "Fixing My Gaze" (corrigindo o meu olhar) sobre como, aos 48 anos,
ela passou a ver o mundo em três dimensões.
Pessoas que enxergam com apenas um olho, porém, não têm como ver efeitos
3D com as tecnologias de hoje.
Daltônicos, por sua vez, normalmente não têm problemas para ver
anáglifos.
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