Mensagens patrióticas e antiamericanas adornam as páginas de dois
supostos espiões russos na resposta russa ao Facebook, e servem como
lembrete de suspeitas e ressentimentos históricos que sobreviveram ao
final da guerra fria.
"A Rússia jamais os abandonará!", é a mensagem repetidas nas páginas de
Mikhail Semenko e Anna Chapman, detidos nos Estados Unidos sob a
suspeita de serem parte de um grupo russo de espionagem. Mais de 100
pessoas deixaram mensagens de apoio semelhantes no site de redes sociais
russo odnoklassniki.ru, na quarta-feira.
"Fique firme, Misha [Mikhail]... Todo mundo sabe que isso é uma caça às
bruxas norte-americana", escreveu um internauta na página de Semenko, em
referência às investigações anticomunistas do senador norte-americano
Joseph McCarthy no pico da guerra fria.
A detenção de supostos espiões pelos norte-americanos, alguns dias
atrás, e histórias sobre encontros secretos, tinta invisível e trocas
sigilosas de pacotes vêm ocupando as primeiras páginas da imprensa dos
EUA.
A Rússia rejeitou raivosamente as alegações, e posteriormente afirmou
que isso não prejudicaria o relacionamento com o antigo inimigo do país
na era da guerra fria.
A página de Semenko informa que ele tem 27 anos, e visitou o site pela
última vez em 24 de maio. A foto de seu perfil mostra o russo sorridente
e de cabelos um tanto longos posando diante da Casa Branca em
Washington.
"Os ianques realmente sabem como assustar as pessoas", escreveu outro
internauta em um dos muitos comentários que criticam os norte-americanos
e defendem a inocência dos detidos.
Comentaristas que variam de adolescentes a mulheres aposentadas são
responsáveis pelas mensagens.
Chapman, cujo nome real a mídia russa diz ser Kushchenko, visitou o site
pela última vez em 20 de junho. A foto da mulher de 28 anos a mostra
com o rosto virado, longos cabelos castanhos, e usando um bustiê azul
brilhante.
Uma das muitas mulheres que deixaram mensagens de apoio escreveu que
"Anna em breve voltará para casa... Ela merece muito respeito. Livros e
filmes serão feitos sobre ela".
O grupo de espiões foi acusado de recolher informações que variam de
programas de pesquisa sobre ogivas nucleares de alta penetração a dados
sobre candidatos a empregos na Agência Central de Inteligência (CIA),
transmiti-los ao governo russo.
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