Os sistemas estereoscópicos existem desde o século 19 e o primeiro filme
3D, "The Power of Love" (o poder do amor), foi exibido em 1922.
Mas foi somente na década de 1950 que o cinema 3D alcançou um relativo
sucesso, com títulos como "Bwana Devil" (demônio Bwana), "Man in the
Dark" (homem no escuro), "A Casa de Cera", "Dá-me um Beijo", "Veio do
Espaço" e "Caminhos Ásperos".
Com isso, a moda chegou também a revistas, gibis e fotografia, com
várias fabricantes lançando câmeras amadoras 3D.
Problemas como o alto custo e a fadiga visual causaram uma queda na
produção de filmes 3D nas décadas seguintes, que tiveram os lançamentos
concentrados em títulos de terror e sexploitation (como pornochanchadas)
--"The Stewardesses" (as aeromoças), de 1969, tornou-se o filme 3D mais
lucrativo já exibido.
Na década de 1980 houve uma nova onda 3D, com filmes como "Sexta-feira
13 Parte 3", "Spacehunter - Aventuras Na Zona Proibida" e "Tubarão 3D",
além da emersão de produções da Imax.
Finalmente, houve uma invasão do 3D nas salas de cinema nos últimos
anos, fenômeno que já teve títulos como "Fantasmas do Abismo", "Pequenos
Espiões 3D", "As Aventuras de Sharkboy e Lavagirl", "O Expresso Polar",
"O Galinho Chicken Little", "Viagem ao Centro da Terra" e, claro
"Avatar".
Desde os anos 1950, um dos sistemas de exibição 3D mais comuns nas salas
de cinema é o de óculos polarizados, mas as tecnologias utilizadas hoje
são diversas --"Avatar", por exemplo, foi exibido em Dolby 3D, Imax 3D,
MasterImage 3D, RealD Cinema e XpanD 3D--, e há muitas variações do
mesmo sistema, cada uma com seus prós e contras.
Quando o assunto é entretenimento doméstico, o futuro parece um pouco
mais definido a favor dos óculos com active shutter, adotados por boa
parte das fabricantes de televisores, monitores, projetores e laptops,
mas há também produtos que usam óculos com polarizadores.
Para piorar, não há um padrão definido para cada tecnologia --óculos de
uma TV não costumam funcionar com aparelhos de outra marca, por exemplo.
VIDEOGAMES
Assim como no cinema, o 3D não é novidade em videogames, mas nesta área
sua história é mais triste. O console Sega Master System, lançado em
meados dos anos 1980, tinha óculos de active shutter, mas poucos jogos
compatíveis com eles.
O Virtual Boy, com gráficos monocromáticos vermelhos, foi um dos maiores
fracassos da Nintendo, tendo sido descontinuado menos de um ano após o
lançamento (1995).
Várias plataformas tiveram um ou outro game com efeitos 3D, mas no geral
eles eram pouco usados pelos jogadores. No PC, um dos exemplos mais
famosos é Duke Nukem 3D.
A Sega ainda lançou Time Traveler e Holosseum, dois títulos para arcade
que usavam espelhos para simular um holograma --o efeito 3D era
impressionante, e o usuário não precisava usar óculos--, mas a novidade
não foi para a frente, embora o primeiro game tenha alcançado bom
sucesso comercial.
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