Se a primeira coisa que lhe vem à mente quando falam em 3D são os Na'vi
de "Avatar" ou a possibilidade de assistir a eventos esportivos nesse
formato, é melhor ampliar seus horizontes. Afinal, as três dimensões há
tempos vão além da esfera do entretenimento.
A chamada tecnologia 3D pode se referir à visualização de imagens que
simulam a profundidade de campo, como no citado "Avatar", ou à modelagem
3D por computação gráfica, que cria e manipula objetos e cenários
virtuais. Essas duas vertentes têm sido ferramentas importantes em
campos como educação, indústria, arquitetura e turismo.
O Laboratório de Sistemas Integráveis (LSI) da Universidade de São Paulo
(USP) realiza desde 1999 pesquisas com tecnologias imersivas.
Petrobras, Embraer, Furnas e o espaço educacional Catavento, ligado ao
governo de São Paulo, estão entre seus clientes. A Petrobras, por
exemplo, usa soluções 3D da USP para analisar a exploração de águas
profundas. Já o Catavento lançou em 2009 um passeio virtual pelo Rio de
Janeiro desenvolvido pelo LSI.
O responsável pelo Catavento, o educador Sérgio Freitas, tem uma teoria
para o 3D estar tão em voga. 'O 3D exige muita computação e os
equipamentos estão ficando mais poderosos agora'. O coordenador do
laboratório da USP, Marcelo Zuffo, concorda. 'O que houve nos últimos
anos foi uma massificação que levou ao barateamento desta tecnologia',
argumenta. Zuffo representará o Brasil em uma conferência sobre 3D em
Los Angeles nos dias 24 e 25 de julho.
SIMULADORES
Certos parques de diversão aderem ao 3D há tempos para criar
experiências capazes de entreter e educar ao mesmo tempo. Curtas
animados neste perfil são o foco do cinema Cinétrion, inaugurado há 11
anos no Hopi Hari, em São Paulo.
"A atração é bastante procurada desde a inauguração, não apenas com o
atual sucesso do 3D. As sessões possuem entre 70 e 80% de lotação",
explica a gerente de comunicação do parque, Fabíola Gaspari. O filme
atualmente em cartaz, "Odisseia no Espaço", simula uma viagem
interplanetária.
MAQUETES
O Google está "namorando" o 3D aos poucos. No ano passado, o engenheiro
do YouTube Peter Bradshaw publicou um vídeo onde ele mesmo lança a tag
'yt3d:enable=true', que libera configurações de visualização em 3D para
os vídeos que assim foram tagueados.
O vídeo em questão precisa ser filmado com duas câmeras alinhadas. A tag
habilita 14 modos de visualização da imagem. A maioria deles requer
óculos anaglíficos (aqueles com filtros em vermelho e ciano). Também é
possível optar pela versão 2D de uma das imagens.
Desde 2005 o Google também experimenta com a modelagem 3D no Earth e no Maps. Neste último é possível exibir
pontos turísticos como a Casa Branca e a Torre Eiffel em 3D. A novidade
deste ano foi a inclusão das maquetes dos 10 estádios da Copa do Mundo
na África do Sul, que podem ser acessados em
tinyurl.com/estadioscopa2010.
Outra ferramenta da empresa em 3D é o SketchUp, software de modelagem
disponível nas versões gratuita e paga (para profissionais). O download
desta última custa US$ 495.
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