Suas informações pessoais e financeiras são valiosas para os
cibercriminosos, seja lá onde estiverem armazenadas: no celular ou no
computador. Já se fala de ameaças e de antivírus para smartphones há
tempos. Agora, o problema ganhou contornos mais claros.
Um em cada cinco programas do Android Market (loja de aplicativos dos
aparelhos que usam o sistema do Google) precisa de permissões para
acessar informações privadas ou sigilosas para poder funcionar, segundo
estudo sobre o mercado do Android publicado pela empresa SMobile, que
faz programas de segurança para aparelhos móveis.
Outra estatística preocupante: uma em cada 20 aplicações pode, com os
dados captados no aparelho, fazer uma ligação para qualquer número, sem a
interação ou a autorização do dono do smartphone.
O estudo mapeou 48.694 aplicativos do Android Market, cerca de 68% dos
programas disponíveis.
PERMISSÕES
Ao instalar um aplicativo, o usuário dá ao programa permissão para
acessar uma série de dados --condição para que funcione corretamente, ao
menos, na teoria.
Mas essas permissões podem não ter relação nenhuma com a função do
programa ou simplesmente explorar dados que o usuário possa não querer
revelar.
É preciso ficar atento com o que se está autorizando. Se um programa é
um catálogo de sons, por exemplo, não é preciso que ele tenha acesso a
dados de posição geográfica do usuário.
Em teoria, não faz sentido que o desenvolvedor peça acesso a tais dados.
O usuário deve, então, redobrar a atenção com esses programas que pedem
demais.
Entre os exemplos de permissão que são requisitadas estão as que
possibilitam ao programa iniciar uma ligação sem ser necessária a
autorização do usuário, monitorar chamadas, ler as mensagens de SMS e
até gravar áudios do aparelho.
Um exemplo de programa suspeito foi o SMS Message Spy Pro, segundo a
SMobile, pela quantidade de permissões perigosas que ele solicita ao
usuário.
REAÇÃO
Apesar de o Android ser uma plataforma aberta, o Google, como
administrador, pode remover do Market e dos aparelos dos usuários o que
considerar perigoso.
Na semana passada, a empresa removeu dois programas que, segundo ela,
foram desenvolvidos por uma empresa para fazer pesquisas e não eram
maliciosos.
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