O Google disse que o serviço de buscas da companhia em todo o território
chinês foi parcialmente bloqueado nesta quarta-feira (30), dois dias
após a companhia anunciar mudanças com o objetivo de manter as licenças
de operação no país. As informações são do diário econômico "The Wall
Street Journal" de hoje.
Ainda não está claro, contudo, se o governo chinês vai conceder licença
para as operações da companhia, cuja renovação expira nesta quarta-feira.
A companhia disse que o bloqueio apareceu para afetar apenas as buscas
geradas na função Suggest, feitas por usuários em todo o território
chinês. A função recomenda determinados tipos de termos baseados nas
primeiras letras digitadas pelos usuários.
"Buscas normais, que não usam buscas sugeridas, não estão afetadas",
disse a companhia em comunicado.
Ainda de acordo com o "WSJ", o Google não quis comentar por que apenas a
função Google Suggest foi bloqueada.
O bloqueio foi notado inicialmente na página do Google que monitora a
disponibilidade dos serviços da companhia no país asiático --cujo
endereço é google.com/prc/report.html.
Desde hoje, a página de buscas está listada como "parcialmente
bloqueada". Ao longo dos últimos meses, o serviço de buscas foi
parcialmente bloqueado em diversas ocasiões.
IMBRÓGLIO
A crise entre o país asiático e a empresa norte-americana começou
em janeiro, quando o Google disse que poderia encerrar suas operações
na China após descobrir que contas de e-mail de ativistas em direitos
humanos foram invadidas.
A companhia expôs, em um post no blog oficial, que detectou um "ataque
altamente sofisticado na infraestrutura da nossa corporação, originado
da China".
Investigações posteriores indicaram que "pontos primários de ataques
acessaram as contas de Gmail de ativistas em direitos humanos chineses",
afirmou o Google.
Em março, rompendo com a censura adotada nos resultados das buscas desde
2006, o Google adotou redirecionamento dos acessos dentro da China
(google.com.cn) ao site de Hong Kong (final.hk), que está livre de
censura.
"Está claro, a partir das conversas que tivemos com representantes do
governo chinês, que eles consideram o redirecionamento inaceitável -e
que, se continuarmos redirecionando usuários, a nossa licença de
Provedor de Conteúdo de Internet [ICP, na sigla em inglês] não será
renovada", escreveu o diretor jurídico do Google, David Drummond, no
blog oficial da empresa.
A licença de ICP do Google é válida até 2012, mas precisa de renovação
anual --e o prazo deste ano expira hoje.
"Sem uma licença ICP, não podemos operar um site comercial como
Google.cn, portanto o Google efetivamente se apagará na China", afirmou
Drummond.
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