As imagens que saltam da tela e levam o espectador para dentro do filme
estão movimentando o mercado de tecnologia 3D. As produções em terceira
dimensão caíram no gosto do público, que não se importa em pagar mais
pelo ingresso. Para atender a demanda, cada vez mais salas de cinema são
adaptadas para as sessões especiais.
A experiência tem agradado tanto que já pode ser levada para casa.
Televisores e games em 3D estão chegando às lojas. Em breve, até
celulares contarão com o recurso. A tecnologia vai girando a roda da
economia produzindo também equipamentos e acessórios próprios, como
câmeras para filmagens em 3D, projetores, home theater, Blu-ray player e
novas versões dos famosos óculos. Houve época em que eram de papelão,
agora até já se fala em vender óculos 3D para que cada espectador vá ao
cinema com o seu, inclusive, com correção de grau.
Hoje há no país 140 salas de cinema 3D, só em 2009 foram inauguradas 70
delas. E com elas cresceu também o público, que vinha caindo desde 2004.
Os cinemas receberam 112,7 milhões de espectadores em 2009, ante 89,1
milhões no ano anterior.
Os filmes que renderam maior bilheteria em 2010 nos cinemas nacionais
até este mês são justamente duas produções em 3D: "Avatar" e "Alice no
País das Maravilhas". A renda geral com a arrecadação bruta da venda dos
ingressos também subiu. Em 2005 foi de R$ 672 milhões e pulou para R$
970,4 milhões em 2009, de acordo com levantamento do Filme B, portal
especializado em mercado de cinema no Brasil.
"O público quer experiências impactantes, interativas e únicas. Os
números comprovam a adesão a esse formato de cinema e nos motivam a
investir em mais salas com esta tecnologia", diz a diretora de Marketing
da Rede Cinemark, Bettina Boklis. A empresa mantém atualmente 49 salas
no Brasil com projetor digital 3D.
Estudo da PricewaterhouseCoopers prevê que o entusiasmo com o 3D vai
continuar. Como os ingressos são mais caros e mais gente está indo ao
cinema, as bilheterias devem crescer 5,8% ao ano na América do Norte,
passando de US$ 11,5 bilhões em 2009 para US$ 15,3 bilhões em 2014.
Na América Latina não deve ser diferente. Com o aumento da oferta de
filmes digitais e 3D, além do incentivo a produções locais, as
bilheterias devem ir de US$ 1,4 bilhão em 2009 para 1,9 bilhão em 2014,
crescimento de 5,3% ao ano.
"O 3D colocou grande dose de espetáculo no universo do cinema e virou um
fenômeno mundial", diz Adhemar de Oliveira, diretor de programação do
Grupo Espaço Unibanco e Imax. "O interesse é grande porque o 3D torna o
filme único, não tem pirataria neste formato."
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