A Royal Society, a instituição científica mais antiga do mundo, disponibilizou nesta semana aos internautas a consulta de seu arquivo histórico, formado por milhares de estudos que, como os de Isaac Newton e Charles Darwin, mudaram o curso da história mundial.
O serviço, gratuito, permite a consulta de mais de 60 mil documentos de
três séculos de grandes descobertas e pequenos avanços que foram
moldando o atual conhecimento científico, guardados no arquivo da
sociedade, homenageada neste ano com o prêmio Príncipe das Astúrias de
Comunicação e Humanidades.
"Se todos os livros do mundo fossem destruídos e só sobrasse a revista
da Royal Society 'Philosophical Transactions', não seria absurdo dizer
que os fundamentos da ciência e do progresso intelectual dos últimos
dois séculos estariam salvos", escreveu em 1870 o biólogo Thomas Huxley.
A Royal Society foi a primeira instituição do mundo a lançar, em 1665,
uma revista que cumpria os padrões de controle imposto atualmente pelas
publicações científicas mais renomadas.
Entre os que passaram por esse crivo estiveram Isaac Newton, que
publicou, em 1672, a "A Nova Teoria Sobre Luz e Cores", considerado seu
primeiro escrito científico.
A ciência moderna avançou às cegas em seus primeiros passos, um percurso
que pode ser acompanhado de perto pelo arquivo da Royal Society.
Seu acervo guarda curiosidades como os escritos do astrônomo francês
Adrien Auzout, que no século 17 publicou "The View From the Moon", no
qual descrevia o aspecto que o planeta Terra deveria apresentar para
"supostos habitantes" da Lua.
A Royal Society se inspirou nas ideias do cientista e filósofo inglês
Francis Bacon (1561-1626) para criar uma instituição dedicada a expandir
as fronteiras do conhecimento por meio do desenvolvimento da ciência,
matemática, engenharia e medicina.
"A abertura do arquivo abre uma janela fascinante à história do
progresso científico durante os últimos séculos, o que interessará a
todos aqueles que queiram compreender a evolução da ciência", destaca a
psicóloga Uta Frith, membro do comitê de bibliotecas da sociedade.
Os membros da Royal Society são escolhidos entre os cientistas que mais
se destacam em suas respectivas áreas e, por ela, já passaram Isaac
Newton, Charles Darwin, Albert Einstein, James Watson e Stephen Hawking.
Atualmente, a instituição conta com cerca de 1.500 membros, entre eles
75 vencedores de Prêmio Nobel, além de cinco representantes da família
real britânica, como a rainha Elizabeth.
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