Funcionários da Amazon, gigante americana no comércio on-line, relatam
que a temperatura no galpão de armazenamento em Breinigsville, na
Pensilvânia, atingiu 39°C no último verão.
Na estação, a temperatura máxima média na cidade é de cerca de 29°C, segundo o "The Weather Channel".
Em 3 de junho, 15 funcionários desmaiaram. Seis receberam cuidados médicos em hospital local.
"Eu não acho que seja possível uma companhia multimilionária fazer isso e
escapar. Eu acredito que é negligência grosseira para uma empresa dessa
capacidade abusar e escravizar os trabalhadores, bem como impor quatro
ou cinco dias de trabalho de dez horas naquele calor", disse um
funcionário.
Dias depois, um médico do Lehigh Valley Hospital-Cedar Crest, na vizinha
Allentown, denunciou o caso ao Departamento de Trabalho
norte-americano.
O órgão monitorou a temperatura no local e detectou máxima de 37°C.
Segundo relatório obtido pela Folha, o sistema de refrigeração no armazém era insuficiente.
Depois da vistoria, o Departamento de Trabalho mandou documento com
recomendações à empresa --entre elas estão melhoria no sistema de
ventilação e intervalos na jornada de trabalho.
A Amazon diz que trabalha para sanar os problemas.
Segundo os trabalhadores, quem saiu mais cedo por conta do problema de saúde recebeu pontos negativos no sistema de avaliação.
A Amazon afirma que os pontos negativos são atribuídos automaticamente
por meio do computador, mas que a punição foi retirada manualmente.
Em julho deste ano, de acordo com jornal local, a Amazon recebeu ameaça de bomba e teve de reforçar a sua segurança.
O armazém da varejista em Breinigsville tem três andares e ali trabalham
1.381 funcionários em tempo integral, sem contar os temporários.
Segundo a empresa, desde janeiro, 850 trabalhadores com carga horária parcial foram convertidos para postos de período integral.
OUTRO LADO
A Amazon admitiu "múltiplos eventos" relacionados à temperatura do
armazém em Breinigsville e disse que se referiam tanto a temperaturas
baixas como altas.
De acordo com a companhia, a empresa aprovou em regime de urgência gasto
de US$ 2,4 milhões para instalação de unidades de condicionamento de ar
em quatro dos centros de atendimento, entre eles no de Breinigsville.
"O fato é que ar-condicionado é uma prática incomum em armazéns. Nós
vamos continuar a operar essas unidades de ar-condicionado ou [aparelho]
equivalente em verões futuros", informou a empresa, em nota.
No último domingo, a varejista voltou a divulgar comunicado sobre a segurança dos trabalhadores.
Afirmou que as taxas de acidente na empresa são menores que as registradas em setores como o automotivo e o de armazenamento.
"Em outras palavras: é mais seguro trabalhar na rede da Amazon do que em
uma loja de departamentos", de acordo com o comunicado da companhia.
Nenhum comentário:
Postar um comentário