Em plena era da informação, nem mesmo as maiores empresas do mundo
conseguem controlar bem o crescente volume de dados digitais e
aproveitá-los para melhorar seus negócios.
A constatação é da pesquisa da consultoria EIU (Economist Intelligence
Unit) feita com 586 executivos de empresas da América do Norte, Europa,
Ásia e Pacífico e América Latina apresentada nesta semana.
Segundo o levantamento, apenas 18% dos executivos pesquisados admitiram
que as empresas onde trabalham já coletam e analisam informações por
meio de um plano estruturado de gestão de informação.
Outro número aponta que 53% dessas organizações usam apenas metade das
informações que colhem em benefício dos negócios. O restante, fica
perdido ou subutilizado.
O número é alarmante especialmente diante do grande volume de dados
digitais gerados anualmente, sejam comentários de consumidores em redes
sociais, relatórios de monitoramento de ações de marketing dos
concorrentes e até iniciativas conduzidas dentro das próprias
organizações.
ARMAZENAMENTO RECORDE
No ano passado, consumidores e empresas ao redor do mundo armazenaram
mais de 13 exabytes de informação em computadores e outros equipamentos.
O volume é equivalente a 13 bilhões de pen drives de 1 Gbyte ou mais de
52 mil vezes as informações existentes em toda a biblioteca do
Congresso americano, segundo a USC (Universidade do Sul da Califórnia).
"O baixo aproveitamento de dados é surpreendente especialmente no
momento em que vivemos, com grande volume de informações digitais",
disse Michael Singer, editor sênior da área de tecnologia da EIU durante
evento do SAS Institute --empresa de software de inteligência de
negócios-- que acontece na Flórida.
"No entanto, é necessário considerar que boa parte das companhias não
está preparada para lidar com tanta informação porque seus próprios
processos de negócio ainda são analógicos outras têm sérias restrições
financeiras para investir nesse tipo de tecnologia agora."
Segundo Singer, alguns dos exemplos de companhias que ainda não estão
preparadas para lidar de forma eficiente com o grande volume de
informações vêm do setor de saúde.
"Muitos hospitais, clínicas ou até planos de saúde só agora começam a
digitalizar seus registros. Isso significa que parte das informações dos
últimos anos ainda não podem ser acessadas. Assim, nem todos os
negócios já estão maduros para o assunto."
VELOCIDADE DA INFORMAÇÃO
Velocidade de acesso aos dados corporativos é outro problema, apontado
por metade dos entrevistados. Em suas organizações, a lentidão de
obtenção das informações de mercado, concorrentes e de clientes
compromete o desempenho imediato dos negócios.
Embora sejam poucas, as empresas com planos bem estruturados de gestão da informação digital começam a colher os resultados.
Mais da metade dos executivos de empresas que utilizam esse controle
(53%) declararam à pesquisa que seus resultados financeiros superaram o
dos concorrentes. Quase um quarto delas entende que a compreensão dos
dados digitais nos últimos cinco anos transformou completamente a forma
de fazer negócios com seus clientes.
Para Singer, a preocupação crescente com a análise de dados será
responsável por criar um mercado bilionário de software de análise de
negócios nos próximos cinco anos.
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