Um internauta francês apresentou em um tribunal de Paris um requerimento
para exigir que o Facebook se pronuncie sobre o fechamento de sua
página na rede social, ocorrido após a publicação de uma imagem de nu
artístico, confirmou nesta segunda-feira (24) à Efe o advogado Stéphane
Cottineau.
A popular rede social fechou sem aviso prévio, no último dia 27 de
fevereiro, o perfil que continha uma fotografia do famoso quadro do
pintor francês Gustave Courbet, "A Origem do Mundo", que reproduz o
órgão sexual de uma mulher com as pernas abertas.
Na época, Cottineau exigiu da empresa americana que reativasse a conta
fechada e indenizasse seu cliente pelos danos sofridos. Porém, os
responsáveis pela rede social --que conta com 800 milhões de usuários no
mundo-- não se pronunciaram, segundo o advogado.
Cottineau acrescentou que o fechamento da conta de Facebook aconteceu na
véspera do aniversário de seu cliente, o que lhe privou da
possibilidade de ser felicitado por aproximadamente 800 amigos.
No entanto, o advogado acredita que o processo vai além dos prejuízos
causados a seu cliente, uma vez que acusou o Facebook de atentar contra a
liberdade de expressão e lamentou que a empresa criada por Mark
Zuckerberg "não distinga pornografia e uma obra de arte".
O advogado qualificou de "censura cega" a atitude da rede social, ao
mesmo tempo em que reprovou o fato de seus responsáveis que não terem
respondido as queixas enviadas por seu cliente, que é professor e pai de
três crianças.
Apesar de o advogado se mostrar confiante no reconhecimento do direito
de seu cliente comparecer à justiça francesa, o contrato que o Facebook
estabelece com seus usuários está registrado em um tribunal de Santa
Clara, na Califórnia.
Trata-se de um processo que pode se estender por "pelo menos um ano", e
no qual Cottineau pediu 20 mil euros de indenização para seu cliente.
Não é a primeira vez que o Facebook enfrenta problemas com o quadro "A
Origem do Mundo", que já levou a rede social a fechar uma conta do
artista dinamarquês Frode Steinicke.
O Facebook pretende assim se transformar em "um lugar virtual seguro
para os visitantes, inclusive para as numerosas crianças que o
utilizam", declarou então a rede social, que reabriu a página de
Steinicke, mas já sem o polêmico quadro.
Nenhum comentário:
Postar um comentário