Os hackers que invadiram os sistemas de computadores da Nasdaq no ano
passado instalaram naquelas máquinas software que lhes permitia espionar
os integrantes dos conselhos de companhias de capital aberto, de acordo
com duas pessoas próximas à investigação do caso.
Os novos detalhes indicam que o ataque cibernético foi mais grave do que
se imaginava anteriormente, mas o NASDAQ OMX Group informou na
sexta-feira que (21) não existia provas de que os hackers tivessem
obtido acesso a informações de clientes.
Não se sabe que informações os hackers podem ter roubado. A investigação
sobre o ataque, liderada pelo FBI (Serviço Federal de Informações) e
pela NSA (Agência de Segurança Nacional), ainda não acabou.
"Só Deus sabe exatamente o que eles fizeram. O impacto desses ataques em
longo prazo continua desconhecido," disse Tom Kellermann, conhecido
especialista em segurança da computação, que tem anos de experiência na
proteção de bancos centrais e outras instituições financeiras
importantes contra esse tipo de ataque.
O caso é um exemplo de "ataque combinado," uma prática que envolve
invasão de um alvo por hackers de elite para facilitar o acesso a
outros. Em março, hackers roubaram senhas de segurança da RSA, a divisão
de segurança digital da EMC, e as usaram posteriormente para violar as
redes da Lockheed Martin, uma companhia norte-americana do setor de
defesa.
A Nasdaq havia informado anteriormente que suas plataformas de operações
não haviam sido comprometidas pela ação dos hackers, mas eles atacaram
um software disponível via web conhecido como Directors Desk, usado
pelos conselhos de companhias para compartilhar documentos e trocar
informações com os executivos, entre outras coisas.
Ao infectar o Directors Desk, os hackers conseguiram acesso a documentos
confidenciais e à comunicação entre integrantes de conselhos, disse
Kellermann, vice-presidente de tecnologia da Air Patrol, uma companhia
de tecnologia de segurança.
Os investigadores descobriram que os hackers puderam espionar "dezenas"
de integrantes de conselhos que usaram o site directorsdesk.com, antes
da remoção do software invasivo, disseram Kellermann e outra fonte que
conhece a investigação, mas não está autorizada a discuti-la
publicamente.
Nenhum comentário:
Postar um comentário