Steve Jobs (de preto) à esquerda do presidente dos EUA Barack Obama, e Mark Zuckerberg à direita |
Jobs, que morreu no último dia 5, vítima de um câncer, aos 56 anos, mantinha contatos frequentes com Zuckerberg, 27, que o convidou para jantar em sua casa em 2010 e com quem ele trocava mensagens.
Segundo Isaacson, Jobs lhe disse em entrevista que respeitava Zuckerberg por se negar a vender o Facebook quando teve oportunidade e se concentrar em fazer uma empresa que agora domina o setor das redes sociais.
"Todos falamos de redes sociais no plural, mas não vejo nenhuma outra igual ao Facebook por aí. É só o Facebook. Eles controlam isso", comentou certa vez Jobs, que avaliava a personalidade de Zuckerberg. "Só o conheço um pouco, mas o admiro por não vender, por querer fazer uma empresa. Admiro muito isso."
A admiração era recíproca. "Steve, obrigado por ser um mentor e um amigo. Obrigado por mostrar que o que você constrói pode mudar o mundo. Vou sentir saudades", declarou Zuckerberg após saber da morte do cofundador da Apple.
Para Jobs, que se sentia na obrigação de dar conselhos a outros empreendedores do Vale do Silício por tudo o que tinha alcançado, Zuckerberg representava um espírito que Microsoft e Google não entendem.
O cofundador da Apple criticou Bill Gates em sua biografia. Jobs achava que faltava imaginação a Gates e acusou-o de não ter inventado nada.
Mas suas maiores críticas foram para a Google. Jobs acusou a empresa de plagiar a tecnologia do iPhone para criar o sistema operacional Android, seu principal concorrente, que posteriormente o Google presenteou aos fabricantes de telefones com a ideia de ser o "Windows" do setor de dispositivos móveis.
"Nossa reivindicação diz: 'Google, vocês roubaram descaradamente o iPhone, nos roubaram violentamente'", declarou Jobs, segundo Isaacson.
O cofundador da Apple chegou a dizer: "Gastarei até minha última respiração se for necessário e cada centavo dos US$ 40 milhões que a Apple tem no banco para corrigir esta ofensa. Vou destruir o Android, porque é um produto roubado".
Jobs tinha sido mentor também de Larry Page e Sergey Brin, cofundadores da Google, e chegou a convidar o presidente da empresa, antes seu executivo-chefe, Eric Schmidt, para o conselho de administração da Apple.
Apesar de travar disputas ferrenhas com o Google, Jobs recebeu Page em janeiro a pedido dele --antes de Page suceder Schmidt como executivo-chefe do Google-- para dar sua opinião sobre como deveria dirigir a empresa.
"O principal que eu disse a ele foi que se concentrasse, que descobrisse o que o Google queria ser quando crescesse. 'Agora, o Google está por todas as partes. Quais são os produtos em que você quer se concentrar?' Eles estão se transformando na Microsoft. Fazem produtos adequados, mas adequado não é genial", explicou Jobs.
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