terça-feira, 25 de outubro de 2011

Steve Jobs elogia Facebook e fala mal do Google em biografia

Steve Jobs, cofundador da Apple, era um admirador do criador do Facebook, Mark Zuckerberg, por considerá-lo um espírito empreendedor do Vale do Silício, que queria construir sua própria empresa sem se iludir com o dinheiro, segundo sua biografia autorizada lançada nesta segunda-feira.
Steve Jobs (de preto) à esquerda do presidente dos EUA Barack Obama, e Mark Zuckerberg à direita
No livro "Steve Jobs", o autor Walter Isaacson passou uma imagem mais íntima do guru tecnológico, mostrando desde o seu amor pela família até a determinação e o talento que fizeram dele uma referência para outros executivos, que lhe pediam conselhos, apesar de sua fama de rude.
Jobs, que morreu no último dia 5, vítima de um câncer, aos 56 anos, mantinha contatos frequentes com Zuckerberg, 27, que o convidou para jantar em sua casa em 2010 e com quem ele trocava mensagens.
Segundo Isaacson, Jobs lhe disse em entrevista que respeitava Zuckerberg por se negar a vender o Facebook quando teve oportunidade e se concentrar em fazer uma empresa que agora domina o setor das redes sociais.
"Todos falamos de redes sociais no plural, mas não vejo nenhuma outra igual ao Facebook por aí. É só o Facebook. Eles controlam isso", comentou certa vez Jobs, que avaliava a personalidade de Zuckerberg. "Só o conheço um pouco, mas o admiro por não vender, por querer fazer uma empresa. Admiro muito isso."
A admiração era recíproca. "Steve, obrigado por ser um mentor e um amigo. Obrigado por mostrar que o que você constrói pode mudar o mundo. Vou sentir saudades", declarou Zuckerberg após saber da morte do cofundador da Apple.
Para Jobs, que se sentia na obrigação de dar conselhos a outros empreendedores do Vale do Silício por tudo o que tinha alcançado, Zuckerberg representava um espírito que Microsoft e Google não entendem.
O cofundador da Apple criticou Bill Gates em sua biografia. Jobs achava que faltava imaginação a Gates e acusou-o de não ter inventado nada.
Mas suas maiores críticas foram para a Google. Jobs acusou a empresa de plagiar a tecnologia do iPhone para criar o sistema operacional Android, seu principal concorrente, que posteriormente o Google presenteou aos fabricantes de telefones com a ideia de ser o "Windows" do setor de dispositivos móveis.
"Nossa reivindicação diz: 'Google, vocês roubaram descaradamente o iPhone, nos roubaram violentamente'", declarou Jobs, segundo Isaacson.
O cofundador da Apple chegou a dizer: "Gastarei até minha última respiração se for necessário e cada centavo dos US$ 40 milhões que a Apple tem no banco para corrigir esta ofensa. Vou destruir o Android, porque é um produto roubado".
Jobs tinha sido mentor também de Larry Page e Sergey Brin, cofundadores da Google, e chegou a convidar o presidente da empresa, antes seu executivo-chefe, Eric Schmidt, para o conselho de administração da Apple.
Apesar de travar disputas ferrenhas com o Google, Jobs recebeu Page em janeiro a pedido dele --antes de Page suceder Schmidt como executivo-chefe do Google-- para dar sua opinião sobre como deveria dirigir a empresa.
"O principal que eu disse a ele foi que se concentrasse, que descobrisse o que o Google queria ser quando crescesse. 'Agora, o Google está por todas as partes. Quais são os produtos em que você quer se concentrar?' Eles estão se transformando na Microsoft. Fazem produtos adequados, mas adequado não é genial", explicou Jobs.

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