Com dois de seus conflitos mais incômodos resolvidos nos últimos dez
dias, o Yahoo! espera que seu novo presidente-executivo interino
concentre a atenção no maior dos desafios: transformar a companhia num
polo de entretenimento e informação que retenha as verbas publicitárias
que estão escapando para veículos concorrentes.
Enquanto Scott Thompson e Carol Bartz, seus predecessores demitidos,
eram vistos como profissionais de tecnologia, Ross Levinsohn comandou
operações de Internet em grandes companhias de mídia como a CBS e a News
Corp, de Rupert Murdoch.
Pessoas próximas a Levinsohn dizem que seu compromisso é criar
programação de vídeo própria do Yahoo! e fechar mais acordos de
distribuição nessa área, buscando anúncios que possam ser vendidos a
preços mais altos. Num sinal de que o Yahoo está se vendo mais como
companhia de mídia que de tecnologia, Levinsohn continuará a viver na
região de Los Angeles, em lugar de trabalhar na sede da companhia no
Vale do Silício, de acordo com uma fonte que conhece seus planos.
"Levinsohn é um homem de mídia, e nosso modelo de negócios é vender
publicidade convencional de web", disse outra fonte da empresa. "A
seleção dele para a presidência deixa claro que agora somos uma
companhia de mídia".
O Yahoo! promoveu Levinsohn em 13 de maio --mesmo dia em que resolveu
uma disputa com o investidor ativista Daniel Loeb, dando-lhe três
assentos no conselho. Na segunda-feira, o Yahoo! assinou um pré-acordo para a venda
de metade de sua fatia no Alibaba Group aos seus sócios no serviço
chinês de comércio eletrônico por mais de US$ 7 bilhões, monetizando o
maior ativo da companhia depois de anos de discussões contenciosas.
Levinsohn, 48, não atendeu a pedidos de entrevista, mas disse a seus
subordinados que deve se esperar novidades quanto à estratégia nas
próximas semanas.
Veteranos da empresa dizem que embora o Yahoo! tenha um caminho difícil a
percorrer, a resolução dos dois problemas e a força de Levinsohn na
publicidade propiciam à empresa mais chances do que tinha sob Bartz e
Thompson. Este último renunciou ao posto como presidente-executivo após
Loeb revelar que Thompson alegou falsamente ser formado em ciência da
computação.
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