Em tempos de verbas de pesquisa cada vez mais magras, cientistas estão
apelando para uma espécie de "vaquinha" virtual --o "crowdfunding", em
que usuários contribuem com pequenas parcelas para financiar um
projeto-- para dar continuidade a seus experimentos.
O movimento ganhou força há cerca de dois meses, com o lançamento do Petridish, uma plataforma específica para financiar ciência. Com ar descolado e fácil de usar, o site já atraiu dezenas de pesquisadores.
O Petridish --ou placa de Petri, instrumento comum nos laboratórios-- é
voltado só para ciência, mas há outros para tecnologia e inovação, além
dos mais gerais.
Depois do cadastro, cria-se uma página com a descrição do projeto, a
metodologia de pesquisa, os objetivos e, claro, o valor pretendido.
Os pedidos de financiamento são ecléticos, assim como a experiência acadêmica dos cientistas.
Tem gente pedindo dinheiro para descobrir por que as zebras têm listras,
querendo encontrar uma lua fora do Sistema Solar e até tentando
aprender a linguagem dos bonobos, promíscuos primatas primos dos
chimpanzés.
Cada projeto costuma ter as chamadas recompensas: brindes em troca da doação. Quanto maior o valor, melhor a recompensa.
As estratégias para convencer o internauta são muitas: vídeos, brindes e
até menções nas publicações. Dependendo da doação, dá até para batizar
uma espécie.
Em alguns sites o projeto passa por uma curadoria, que verifica as
referências dos cientistas. Porém, como isso não é regra, vale conferir
as referências e publicações dos pesquisadores antes de doar.
As campanhas em geral têm 45 dias. Se o total for alcançado, as doações
são cobradas no último dia, e o valor é creditado na conta dos
responsáveis. Há uma taxa de comissão sobre esse valor.
Se a campanha não der certo, o dinheiro não é cobrado dos participantes.
E os organizadores, muitas vezes, precisam pagar uma taxa de uso ao
site escolhido.
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