O uso do telefone celular pode ter relação com vários tipos de câncer,  segundo um estudo internacional supervisionado pela Organização Mundial da Saúde  (OMS), cujos resultados preliminares foram publicados pelo jornal britânico "The  Daily Telegraph" no sábado (24). 
Com um orçamento de 20 milhões de libras (22 milhões de euros), a pesquisa  --que durou uma década e será divulgada até o fim do ano-- oferece provas de que  as pessoas que abusam do celular se arriscam a sofrer tumores cerebrais a longo  prazo.
As conclusões preliminares indicam que existe "um risco significativamente  maior" de ter um tumor cerebral "relacionado ao uso de telefones celulares  durante um período de dez anos ou mais", afirma o jornal. 
De acordo com o "Daily Telegraph", o estudo Interphone questionará as  garantias que os governos costumam dar sobre a segurança desses aparelhos e  aumentará a pressão para que as autoridades de saúde divulguem conselhos mais  claros. 
A diretora da pesquisa, a doutora Elisabeth Cardis, professora do Centro de  Pesquisa em Epidemiologia Ambiental (Creal) de Barcelona, disse que, apesar da  "falta de resultados definitivos, vários estudos, embora sejam limitados,  sugerem um possível efeito de radiação de radiofrequência" gerada pelos  celulares. 
"Portanto, estou de acordo, em geral, com a ideia de restringir o uso [de  celulares] a crianças, embora não iria tão longe em proibir os telefones  celulares, já que podem ser uma ferramenta muito importante", disse Cardis,  citada pelo jornal. 
A especialista também defende "meios para reduzir a exposição" aos celulares,  como a utilização de dispositivos handset --que permitem usar o telefone sem as  mãos-- e o uso moderado do aparelho. 
Uma porta-voz da Creal em Barcelona afirmou que o estudo coordenado por  Cardis inclui vários dados de cidadãos de vários países, e acrescentou que é um  trabalho muito complexo que "só será divulgado no final deste ano". 
O estudo Interphone realizou pesquisas em 13 países e entrevistou a 12,8 mil  pessoas --entre saudáveis e pacientes com tumores--, a fim de investigar se a  exposição aos celulares está vinculada a três tipos de tumores cerebrais e um  tumor da glândula salivar. 
Pesquisas anteriores sobre os efeitos dos celulares na saúde foram pouco  conclusivas, mas o projeto supervisionado pela OMS indica, por exemplo, que seis  em oito estudos Interphone revelam um maior risco de sofrer de glioma (o tumor  cerebral mais comum). 
Um porta-voz da Agência de Proteção da Saúde (HPA) do Reino Unido disse que,  "por enquanto, não há provas sólidas" sobre os efeitos nocivos do uso de  celulares. 
Já um porta-voz da associação de operadores de telefonia celular indicou que  mais de 30% dos estudos científicos sobre esse assunto não encontraram nenhum  impacto negativo para a saúde.
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