Meu novo assistente tem na ponta da língua uma lista com 13 restaurantes brasileiros em Los Angeles. Ele entende bem meu inglês com sotaque, toma notas das minhas observações, manda email e ajusta o despertador.
Mas, quando pergunto sobre Steve Jobs, ele diz não ter ideia de quem seja. E, quando solto um palavrão, ele retruca: "Estou fazendo o meu melhor, Fernanda Ezabella".
Passei a noite "conversando" com Siri, um programa de inteligência artificial que promete fazer tudo por comando de voz e é a grande novidade do iPhone 4S, celular que a Apple lançou nos EUA na semana passada.
Mais de 4 milhões de unidades foram vendidas nas lojas americanas --no Brasil, ainda não há previsão de chegada do gadget.
Por fora, o aparelho é igual ao anterior, o iPhone 4. Dentro, é um produto mais potente, graças ao processador A5, mesmo usado no iPad 2.
Essa rapidez surge ao baixar um aplicativo ou checar uma rota entre endereços no mapa. A bateria tem vida um pouco mais longa que o 4.
A câmera também melhorou, tem agora 8 Mpixels, 60% mais resolução do que o modelo anterior, o que aposenta a câmera digital de pequeno porte que deixava sempre à mão dentro da bolsa.
Para quem tem iPhone 3G, é uma diferença gritante e vale considerar a troca (o usuário ganha um miniflash, zoom e a segunda câmera frontal, por exemplo).
Mas, para quem tem o iPhone4 e já o atualizou com o novo sistema operacional iOS 5, a única novidade do iPhone 4S é mesmo o Siri.
ASSISTENTE E PIADISTA
Apelidado pela Apple de "assistente pessoal", Siri impressiona, mas não é perfeito.
Tem resposta para quase tudo e mostra senso de humor para perguntas esdrúxulas, mania entre usuários após o lançamento.
Segundo o site PC Mag, o serviço cruzadados de 20 fontes. A Apple estaria ampliando essa base de informações.
Ao contrário de outros programas de reconhecimento de voz, Siri é mais maleável nos sotaques. Entende inglês da Austrália, dos EUA e do Reino Unido, além de francês e alemão. Mas nada de português, ao menos por ora.
Ele fica "escondido" no celular, não tem um ícone específico na tela. Basta apenas segurar apertado o botão da frente do iPhone e fazer sua pergunta ou pedido. Ele manda e-mails, checa cotações da Bolsa, conta calorias e diz até mesmo o tempo no Brasil.
Quer dizer, quando perguntei sobre o clima em São Paulo, ele respondeu sobre Brasília e me aconselhou levar um guarda-chuva.
Quando assuntei sobre cinemas no bairro, ele me devolveu uma lista perfeita.
Mas, quando quis saber sobre um filme específico em cartaz, ele simplesmente repetiu a lista anterior.
Após horas de conversa, dá para perceber que até mesmo Siri se cansa e fica repetitivo.
Ou, talvez, esteja apenas fingindo que não me entende.
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