Os serviços de música digital no Brasil passam por uma onda de
lançamentos. Os portais estão ampliando serviços numa tentativa de
acelerar o crescimento de receitas e jogar uma ofensiva mais feroz
contra as transações ilegais de música na rede.
A música digital no país movimentou R$ 42 milhões no ano passado. O
número representa cerca de 12% do faturamento da indústria fonográfica
no país.
A timidez da cifra guarda o maior potencial do negócio. Enquanto, as
vendas de CDs, DVDs e Blu-Rays (R$ 316 milhões) avançaram pouco mais de
1%, o salto em arquivos digitais na internet foi de 159% na comparação
com o ano anterior.
"O potencial desse mercado é gigantesco. A gente está conseguindo pegar
uma parte muito pequena do que a gente acredita ser o potencial da
música na internet", afirma o diretor da ABPD (Associação Brasileira de
Produtoras de Disco), Eduardo Rajo.
As mudanças da indústria são uma tentativa de transformar potencial em receitas.
O UOL, controlado pelo Grupo Folha, apostou no streaming -que permite
ouvir a música em tempo real. Lançou o serviço no início deste ano para
complementar o cardápio de downloads individuais já disponíveis.
Na Rádio UOL, os usuários podem escolher as faixas e administrar listas
com músicas da preferência sem pagar. A remuneração dos direitos
intelectuais se dá graças aos anúncios publicados na página.
MUDANÇAS
O portal estuda mudanças para o primeiro semestre do próximo ano. A
ideia é inserir os spots entre as faixas gratuitas e lançar assinaturas
com download e streaming.
O Sonora, do Terra, reformulou os pacotes para incluir em suas opções o
download sem restrição. O formato permite aos usuários permanecer com o
arquivo da canção e usá-lo para compor um CD, por exemplo. Essa função
não é possível com o dispositivo de limitação de direitos autorais, que
continua sendo oferecido.
Com pacotes combinados de diferentes formatos, a meta dos executivos é ambiciosa: alcançar 1 milhão de assinantes.
O serviço tem hoje cerca de 350 mil assinantes pagos. O número, segundo
eles, só foi possível de ser alcançado com o lançamento do streaming
gratuito em 2009, que deu exposição aos planos.
Para desfrutar das 20 horas mensais sem custo, os usuários aceitam a
publicidade entre as faixas. As inserções garantem a gratuidade do
serviço e a remuneração dos direitos intelectuais.
"Antes do lançamento do gratuito, tínhamos uma base de 120 mil pagantes.
O Sonora se tornou muito mais conhecido e abrangente", aponta o
diretor-responsável do Sonora, Tiago Ramazzini.
CONCORRÊNCIA
Os dois sites ganharão um concorrente em 2011. O Escute, da Som Livre,
está previsto para entrar no ar em janeiro e também vai trazer modelo de
assinatura combinada. A primeira versão não inclui o streaming
gratuito, mas a empresa admite que irá oferecer o serviço mais adiante.
"Vemos com bastante otimismo a entrada de cada vez mais novos modelos de
negócios, para que a gente possa fazer um mercado economicamente viável
na internet", afirma Rajo.
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