O australiano Julian Assange denunciou neste sábado "uma nova forma
de macartismo financeiro nos Estados Unidos", depois da suspensão pelo
Bank of America de todas as transações destinadas ao site WikiLeaks,
especializado no vazamento de documentos confidenciais.
"O Bank of America divulgou um comunicado de que não pretende realizar
nenhuma transação de nenhum cliente para nenhuma organização que
arrecade dinheiro em nosso benefício", disse Assange, fundador do
WikiLeaks.
"É um novo tipo de macartismo nos Estados Unidos para privar esta
organização dos recursos que precisa para sobreviver, para me privar
pessoalmente dos recursos que meus advogados precisam para me proteger
da extradição para os Estados Unidos ou Suécia", completou.
O termo usado por Assange faz referência à campanha anticomunista
liderada pelo então senador Joseph McCarthy nas décadas de 40 e 50.
O Bank of America anunciou neste sábado a suspensão de todas as
transações destinadas ao site WikiLeaks, responsável pelo vazamento de
milhares de documentos diplomáticos secretos dos Estados Unidos.
"O Bank of America se une às medidas anunciadas anteriormente por
MasterCard, PayPal, Visa Europa e outros, e não realizará transações de
nenhum tipo que acredite que possam estar destinadas ao WikiLeaks",
anunciou Scott Silvestri, porta-voz do banco.
"Esta decisão é baseada no fato de que temos razões para pensar que o
WikiLeaks pode estar vinculado a atividades que são, entre outras
coisas, contrárias a nossa política interna de pagagmentos", acrescenta
Silvestri em um comunicado.
O fundador do WikiLeaks, que recentemente divulgou 250.000 telegramas
diplomáticos secretos americanos, havia anunciado em uma entrevista à
revista Forbes que preparava um "megavazamento" que afetaria um
importante banco dos Estados Unidos no início do próximo ano.
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