quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

Pequena empresa francesa consegue condenar Google por posição dominante

A filial francesa do Google Maps foi condenada pelo Tribunal de Comércio de Paris por abuso de posição dominante, após a denúncia apresentada por uma pequena sociedade de cartografia situada nos arredores da capital francesa, informaram nesta quarta-feira fontes judiciais.
A empresa Bottin Cartographes, situada na cidade de Suresnes, apresentou no final de 2009 a denúncia por considerar abusivos os serviços gratuitos de cartografia que o Google Maps oferece às empresas.
O tribunal, que publicou ontem sua sentença, condenou à empresa americana a pagar 500 mil euros por danos e prejuízos e 15 mil euros de multa.
Cidade de Suresnes, na França, em imagem do Google Maps
O Google anunciou em comunicado que recorrerá da sentença, e detalhou que considera sua ferramenta de cartografia gratuita como "de alta qualidade e benéfica tanto para os internautas como para os proprietários de sites".
"A concorrência no setor é a cada dia mais real, tanto na França como em nível internacional", destacou um porta-voz da companhia.
Segundo a Bottin Cartographes, o gigante da internet oferece gratuitamente esses serviços com o objetivo de eliminar os demais concorrentes do mercado.
O presidente da Bottin, que emprega 22 trabalhadores, Michel Mani, garantiu que a sentença "é um marco" e que recebeu felicitações de muitos colegas europeus.
"Quando, há três anos, uma pequena empresa como a nossa denunciou um gigante como Google muitos riram de nós", lembrou o diretor, ressaltando que "o importante não é o dinheiro, mas que se deixe de impedir a livre concorrência".
Mani frisou que "os internautas individuais poderão continuar utilizando Google Maps" já que sua denúncia se refere exclusivamente aos serviços a empresas.
"Se propusessem esses serviços gratuitamente, mas incluindo publicidade, não haveria problema", acrescentou.
O pequeno empresário salientou a importância que a sentença do Tribunal de Comércio seja condenatória para o gigante americano, "o que prova que os juízes não levaram em consideração os argumentos do Google" que os apresentou, segundo ele, "com uma atitude muito arrogante".

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