Seis das maiores companhias mundiais de tecnologia firmaram acordo para
oferecer mais informações quanto às suas normas de privacidade antes que
usuários baixem aplicativos, a fim de proteger os dados pessoais de
milhares de consumidores, anunciou a secretária da Justiça da Califórnia
na quarta-feira.
O acordo prevê que Amazon, Apple, Google, Microsoft, Research In Motion e
Hewlett-Packard --além dos programadores que criam software usando suas
plataformas-- revelem de que forma utilizam dados privados, antes que
um aplicativo seja baixado, segundo a secretária Kamala Harris.
"O custo do uso de aplicativos para aparelhos móveis não deveria ser uma
perda de privacidade pessoal, mas muitas vezes é", afirmou.
Atualmente, 22 dos 30 aplicativos mais baixados não oferecem informações
quanto a privacidade. Alguns deles permitem acesso às agendas de
contatos dos usuários.
O Google afirmou em comunicado que, sob os termos do acordo da
Califórnia, os usuários do Android terão "ainda mais maneiras de tomar
decisões no que tange à sua privacidade".
A Apple confirmou o acordo, mas não acrescentou detalhes.
Harris também estava entre as autoridades norte-americanas que, na
quarta-feira, enviaram uma carta a Larry Page, presidente-executivo do
Google, para expressar "séria preocupação" quanto à recente decisão do
gigante da Web de consolidar suas normas de privacidade.
A mudança de normas daria ao Google acesso a informações de usuários de
diferentes produtos da companhia, como o Gmail e o Google Plus, sem que o
usuário tenha o direito de optar por não revelá-las, afirmaram os 36
secretários de Justiça estaduais que assinaram a carta.
Autoridades da União Europeia solicitaram que o Google adie a mudança do
sistema até que as organizações regulatórias possam investigar o
assunto.
A lei estadual de proteção da privacidade online aprovada pela
Califórnia em 2004 requer que as empresas notifiquem os usuários quanto a
normas de privacidade, mas Harris ressaltou que poucos criadores de
aplicativos a seguiram nos últimos anos porque há dúvidas no caso de
aplicativos móveis.
"A maioria dos aplicativos móveis não se esforça em explicar ao usuário
de que forma suas informações são usadas", disse Harris em entrevista
coletiva. "O consumidor precisa ser informado quanto ao que está
cedendo".
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