segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

"FT" anuncia crescimento digital e diz estar melhor sem Apple


O jornal britânico "Financial Times" chegou a 267 mil assinantes digitais, o que representa 44% do total de sua circulação paga.
Os números apareceram hoje no balanço anual da Pearson, grupo que controla o periódico, e incentivaram o "FT" a novamente cantar vitória sobre a Apple --o jornal abandonou no ano passado a loja de aplicativos da empresa americana e partiu para um modelo baseado na web.
"Isso nos deixou numa posição muito mais forte do que antes", afirmou Rob Grimshaw, diretor do FT.com, durante palestra no Mobile World Congress, que acontece em Barcelona.
Segundo ele, o novo aplicativo, baseado em tecnologia HTML5, recebeu 1,7 milhão de visitantes desde que foi lançado, em junho do ano passado. O número é maior do que o total de downloads que havia sido acumulado na loja da Apple.
"A experiência tem sido fantástica", disse ele. "Nós não tivemos problemas em sermos descobertos [pelos consumidores]", afirmou Grimshaw, rebatendo um dos maiores temores das empresas que ficam fora da loja da Apple. "Então por que precisamos de um app nativo?"
Dois pontos essenciais levaram à ruptura do "FT" com a Apple: a taxa de 30% cobrada pela empresa americana e o controle das informações sobre os assinantes.
Pelo balanço, o crescimento das assinaturas digitais do jornal foi de 29% no ano passado. A circulação total, de 600 mil edições, é a maior de sua história.
O faturamento do "FT" cresceu 6% e chegou a 427 milhões de libras (R$ 1,16 bilhão), enquanto o lucro subiu 27%, atingindo 76 milhões de libras (R$ 206 milhões).
O grupo Pearson disse esperar lucros menores neste ano por causa dos investimentos em mídias digitais.
Acessos a partir de celulares e tablets já representam 19% do total do site. "Vemos um futuro em que os aparelhos móveis serão o canal de distribuição de conteúdo jornalístico", afirmou Grimshaw.
Ele espera que mais gente adote o caminho adotado pelo jornal britânico. "A comunidade tecnológica tem abraçado o HTML5. Logo muitas empresas estarão aptas a produzir nele. O modelo de negócios no browser é muito mais favorável."

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