A partir de 2015 existirá uma harmonização mundial das bandas de
radiofrequência utilizadas pelos telefones celulares, por isso, qualquer
pessoa poderá ter conexão no celular sem importar o tipo de aparelho.
Embora este seja pelo menos o objetivo imposto pelos 165 estados
participantes da Conferência de Radiocomunicações que após quatro
semanas de trabalho foi concluída nesta sexta-feira em Genebra, os
países têm agora que decidir se querem que isto ocorra, além de atuar e
legislar como consequência da decisão.
Em sua 12ª edição, a Conferência decidiu que a banda de 700 MHz será
utilizada para uso dos telefones celulares no mundo todo, já que até o
momento isso acontecia nas regiões 2 e 3 (Américas e Ásia), mas não na 1
(Europa, África e Países Árabes).
"A harmonização permite que todo o mundo tenha os mesmos padrões. E
portanto não será apenas facilitada a comunicação, mas também os custos
serão reduzidos, porque os aparatos poderão ser mais simples", comentou
em entrevista coletiva François Rancy, diretor do Escritório de
Radiocomunicações da UIT (União Internacional das Comunicações).
Com esta decisão, a intenção é de que esse espectro deixe de ser usado
pelas televisões e pelos sistemas aeronáuticos e seja utilizado para os
celulares de banda larga.
Os países terão até 2015 para decidir se querem ou não "resgatar" estas
bandas, e se for o caso, outorgá-las às companhias de telefones
celulares.
O problema é que, para alcançá-las, é preciso que as televisões adotem a
tecnologia digital, porque caso contrário algumas correm o risco de não
continuar emitindo.
Além disso, a digitalização televisiva compreende um enorme esforço
econômico para os usuários, já que os televisores têm que estar aptos
para receber o sinal digital.
Existem exemplos no mundo, como o do Governo japonês, que usou o
dinheiro que obteve por entregar as licenças de uso de bandas às
companhias de celular para ajudar as famílias a adquirir um televisor.
A decisão de outorgar mais bandas aos serviços de celular era urgente e
necessária para poder continuar contando com a mesma capacidade e
velocidade de conexão da qual o serviço desfruta atualmente.
"Atualmente há 1 bilhão de telefones inteligentes. Mas quando chegarmos
aos 6 bilhões não poderemos conectar porque o espectro estará saturado.
Esta alocação de bandas e sua harmonização era necessária", explicou
Rancy.
Por outra parte, a Conferência alocou mais espectro de banda aos
serviços de satélites meteorológicos, o que a Organização Meteorológica
Mundial recebeu com entusiasmo.
Além disso, foi entregue mais espectro para a utilização de aviões não
tripulados para usos civis, como a luta contra a mudança climática.
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