Não é um verdadeiro tablet, nem totalmente um smartphone: no Mobile World Congress, aberto na segunda-feira (27) em Barcelona, vários fabricantes optaram por se insinuar entre os dois, ilustrando a tênue fronteira existente entre esses aparelhos.
No domingo, a empresa sul-corena LG apresentou seu Optimus Vu. Produto híbrido, parece um grande telefone tátil... ou um pequeno tablet, situando-se no novo segmento dos "tabletphones".
Optimus VU, misto de smartphone e tablet apresentado pela LG no Mobile World Congress, em Barcelona |
O Optimus Vu, que será lançado na Europa no final de 2012, tem uma espessura de 8,5 milímetros, o que corresponde a quatro vezes menos que um tablet clássico, segundo a LG, apresentando uma tela tátil de cinco polegadas, muito maior que a observada nos smartphones.
A LG não é a primeira a explorar esse filão: a compatriota Samsung lançou, em outubro passado, o Galaxy Note, que tem esse mesmo formato intermediário.
"Há mercado, em nossa opinião, porque é um produto que substitui ao mesmo tempo o tablet e o smartphone", considera Daniel Hernandez.
SUCESSO?
Com as dimensões quase idênticas ao Optimus Vu, o Galaxy Note soube se estabelecer, com mais de 1 milhão de exemplares vendidos em dois meses.
Mas alguns analistas mostram-se céticos, evocando o infortúnio da Dell nesse formato, sendo obrigada a abandonar seu modelo Streak, que queria também explorar essa fonte.
"Não achamos realmente que esse formato será particularmente popular, porque não é nem um nem outro, é muito grande para ser um smartphone e muito pequeno para um verdadeiro tablet", afirma Carolina Milanesi, do Instituto de Pesquisas Gartner.
Em troca, "há claramente uma ligação forte entre esses dois mercados", admite ela: "Na forma usada pelo consumidor e nos termos do sistema de exploração, é um único mercado; além disso, um estudo mostrou que mais de 30% das aplicações utilizadas nos celulares e nos tablets são as mesmas".
O celular e o tablet são, afinal, concorrentes ou complementares?
"Hoje, há cerca de 5 bilhões de telefones celulares no mundo e um pouco menos de 100 milhões de tablets", lembra David Gosen, diretor do setor de telecomunicações da empresa de consultoria Nielsen, destacando, também, que os dois produtos compartilham "o mesmo tipo de atividades": e-mail, pesquisas na internet, jogos e redes sociais.
"Eu não vejo os tablets canibalizarem os smartphones", afirma Carolina Milanesi, mesmo se "possa haver uma pressão sobre os preços: talvez, se eu gastar US$ 500 com um tablet, não terei necessidade de comprar o melhor smartphone, ou o mais recente".
PREÇOS
Os tablets se aproximam, também, dos preços dos smartphones. "Teremos um mercado concorrente com os tablets, entre 100 e 200 dólares, quando, hoje, estão entre US$ 500 e US$ 700", calcados sobre o popular iPad, da Apple, destaca Ariane Bucaille, analista da empresa Deloitte.
Entre escolher um tablet e um telefone, a taiwanesa Asus decidiu acoplar os dois, revelando na segunda-feira o Padfone.
"As fronteiras entre smartphones, computadores portáteis e tablets estão prestes a desaparecer", disse à imprensa o presidente da Asus, Jonney Shih.
O Padfone, que será lançado em abril, se apresenta como um tablet clássico, mas com possibilidade de conectar um celular num compartimento especial atrás da tela.
Os dois aparelhos, vendidos juntos, partilham a mesma memória e o mesmo chip SIM, o que permite reproduzir numa mesma tela imagens e músicas do telefone.
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