Mudar de carregador quando trocamos o celular é coisa do passado... ou quase: a maioria dos fabricantes, reunidos nesta semana no Mobile World Congress, aprovaram o carregador universal, embora ainda haja alguns passos no caminho.
Três anos antes, neste mesmo congresso, organizado em Barcelona, 17 fabricantes e operadoras tinham se comprometido a fabricar um carregador que servisse para todos os aparelhos.
O vice-presidente da Europa Digital, Antonio Tajani, mostra o formato padronizado para carregadores na Europa |
O objetivo era que "a maioria dos telefones móveis vendidos em 2012 fossem compatíveis com esse carregador universal", explicaram as operadoras móveis GSMA, ao lançar a iniciativa, enquanto a Comissão Europeia também pressionava nesse sentido.
Um estudo de 2011 da Universidade de Gênova (Itália) constatou que há até dez modelos diferentes de carregadores para cada um dos oito grandes atores do mercado.
A data enfim chegou, outros parceiros aderiram ao projeto, mas o saldo ainda é limitado.
A iniciativa de um mesmo carregador para todos os celulares, tão anunciada e aguardada, "estava claramente voltada para os smartphones", uma parcela ainda reduzida do mercado, disse Flavio Cuchietti, um dos supervisores do projeto na União Internacional das Telecomunicações (UIT), organização especializada das Nações Unidas, que pediu no ano passado que os fabricantes passem a compartilhar um mesmo carregador até 2014.
Os fabricantes, no entanto, estão mais otimistas. Samsung e Sony Ericsson, por exemplo, afirmam que todos os seus modelos já estão equipados com o carregador universal, que funciona com uma conexão micro-USB.
Para o cliente, o benefício é, sobretudo, prático. "Quando alguém viaja e esquece o carregador, sempre encontra alguém que tenha um carregador que possa usar", explica.
Cuchietti acrescenta que provavelmente haverá menos desperdícios. "Falamos de mais de 100 mil toneladas" de carregadores jogados fora por ano, já que, cada vez mais, a frequência com que os telefones são trocados aumenta.
Isso, no entanto, gera um impasse para os fabricantes: não vender mais o carregador. O dispositivo passaria a ser opcional, segundo Hamadoun Touré, secretário geral da UIT.
"Não podemos decidir unilateralmente vender nossos produtos sem carregador. Se fizermos isso, ninguém comprará os produtos da Sony!", declarou Bertrand Villié, encarregado do desenvolvimento sustentável da Sony Ericsson na França, afirmando, no entanto, que "a indústria de telefones móveis é a única no mundo que chegou a um acordo sobre um carregador universal".
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