O Google e outras companhias de publicidade na internet conseguiram
driblar o escudo de privacidade de milhões de usuários do buscador da
Apple em seus iPhones e computadores, informou nesta sexta-feira o
jornal "The Wall Street Journal".
Segundo o artigo, a iniciativa permitiu que o Google e sites similares
rastreassem os hábitos de navegação de pessoas que preferiam se proteger
desse tipo de vigilância.
"As empresas usaram uma codificação especial de computação que 'engana' o
programa Safari Web da Apple para a navegação na rede e permite vigiar
muitos usuários", acrescentou o jornal.
"O Safari, buscador mais usado nos celulares, foi desenvolvido para
bloquear esse acompanhamento a menos que o usuário não deseje isso",
explicou o artigo.
De acordo com o "The Wall Street Journal", depois que seus jornalistas
entraram em contato com o Google para tratar desse assunto, a companhia
desativou a codificação.
Em comunicado, o Google disse que o artigo do "Wall Street Journal"
descreve erroneamente o processo, já que o Safari fornece
"características que os usuários ativaram ao iniciar sua sessão no
Google" e, apesar de tudo, a informação é anônima.
O gigante informático assegurou que não havia percebido que o Safari
permitia que alguns cookies - pacotes de informação que lembram o
usuário para facilitar a navegação - se instalassem no navegador e já
começaram a eliminá-los.
Segundo a companhia, os cookies relacionados com publicidade passavam do Safari aos servidores do Google de forma anônima.
A informação surge poucos dias depois de ser divulgado que o Twitter
compra e guarda durante 18 meses a informação de contatos pessoais de
seus usuários, sem que estes saibam, e que o Path - um aplicativo para a
troca de vídeos e fotos - adquiriu o mesmo tipo de lista sem o
conhecimento dos internautas.
O "The Wall Street Journal" informou nesta sexta que um pesquisador de
Stanford, Jonathan Mayer, detectou a codificação que o Google usava para
driblar o escudo de privacidade do Safari, e um assessor em tecnologia
do jornal confirmou a existência dessa operação.
O assessor Ashkan Soltani disse que 22 avisos nos 100 sites mais
visitados instalavam o código de acompanhamento do Google em um
computador de testes, e alertas em 23 páginas faziam o mesmo em um
buscador do iPhone.
"A técnica vai muito além desses sites, no entanto, uma vez que a
codificação é ativada, o Google rastreia a navegação dos internautas em
grande parte das páginas da rede", indicou o jornal.
As outras companhias de publicidade online que usaram técnicas similares
incluem, segundo o "The Wall Street Journal", a Vibrant Media Inc., a
WPP PLC's Media Innovation Group LLC e a PointRoll Inc.
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