O presidente da FLA (Fair Labor Association - Associação de Trabalho
Justo), organização sem fins lucrativos contratada pela Apple para
inspecionar as fábricas dos seus fornecedores, começou elogiando as
fábricas chinesas da Foxconn apenas poucos dias depois de seu grupo
começar as inspeções.
Auret van Heerden disse que as instalações da Foxconn "são de primeira
classe" e que "a Foxconn realmente não é uma fábrica exploradora".
Os elogios Van Heerden entram em conflito com relatos anteriores de
funcionários que cometeram suicídio, morreram em explosões em fábricas e
jornadas de trabalho de mais de 70 horas por semana.
Segundo a Reuters, van Heerden disse que "as condições físicas da Foxconn são muito, muito acima da média".
Autoridades de outros grupos de trabalho ficaram surpresos e por
comentários van Heerden. "Geralmente, em uma investigação de direitos do
trabalho, os resultados vêm depois que a prova é recolhida, não o
contrário", disse Scott Nova, diretor executivo do Workers Rights
Consortium (Consórcio dos Direitos dos Trabalhadores), grupo que
fiscaliza fábricas de vestuário em todo o mundo.
"É impressionante que a a FLA dê para uma das fábricas mais notoriamente
abusivas do mundo um atestado de saúde --baseado, ao que parece, em
nada mais que uma visita guiada fornecida pelo proprietário",
acrescentou Nova. "Se o FLA quer convencer as pessoas que de alguma
forma ele pode realizar uma investigação imparcial, apesar de ser
financiada pela Apple, esta não é uma boa maneira de começar."
Heather White, o fundador da Verite, um outro grupo de monitoramento de
condições de trabalho, disse que as declarações van Heerden pareceram
apressadas e prematuras, "para dizer o mínimo". "Ele não fala chinês e
não é um auditor qualificado treinado para fazer avaliações rápidas",
disse ela.
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