"A prisão de Vladimir Putin: reportagem do tribunal" mostra o homem forte do país no Tribunal Khamovnitcheski de Moscou, sendo julgado pelo magistrado Danilkine Viktor, que condenou no final de 2010 o ex-magnata do petróleo e crítico do regime russo Mikhail Khodorkovsky.
A voz em off explica que Putin foi julgado por "apropriação indevida de propriedade do Estado", "abuso de poder", "maquinações financeiras" e "participação na preparação de atos terroristas destinados a espalhar o terror entre a população e influenciar os órgãos do Estado".
"Nós soubemos que há três horas o ex-primeiro-ministro foi escoltado ao tribunal Khamovnitcheski", explica a falsa reportagem.
"O porta-voz do juiz Viktor Danilkine deu esclarecimentos sobre a situação, explicando que o julgamento começa hoje", prossegue.
Na imagem, vemos Putin, cabeça abaixada, de pé em uma cela, onde os réus permanecem durante os julgamentos nos tribunais russos. Às 11h, horário de Brasília, o vídeo tinha sido visto 1,99 milhão de vezes.
"Eu não esperava todo esse sucesso", disse Vadim Korovine, cuja empresa de difusão de vídeos Lancelot postou a montagem. "Acho que muita gente ia preferir ver ele dentro da prisão", acrescentou.
A eleição presidencial do dia 4 de março se aproxima e Vladimir Putin ainda é o favorito, "a questão é saber que tipo de pessoas é essa que vamos reeleger", prosseguiu Korovine.
O vídeo postado na terça-feira na conta do youtube LancelotChannel, pertencente a Lancelot promove um documentário "O assassinato da Rússia", de 2002.
Este filme acusa o FSB (Serviço Federal de Segurança) de orquestrar os atentados de 1999 na Rússia para justificar uma nova guerra na Chechênia e permitir a ascensão ao poder de Vladimir Putin, ex-oficial da KGB e ex-chefe do FSB.
Um dos diretores do filme era Alexandre Litvinenko, ex-funcionário do FSB e opositor do regime russo, morto em novembro 2006 em Londres após ser envenenado por uma substância radioativa.
Korovine explicou que dispõe dos direitos de exibição na Rússia do documentário realizado pelos diretores franceses Jean-Charles Deniau e Charles Gazelle, mas o Ministério da Cultura local interditou a sua difusão.
Os opositores russos, sem acesso às mídias tradicionais, estão fortemente presentes na internet, e vídeos denunciando Putin alcançam regularmente o sucesso na rede.
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