Hollywood, que alguns anos atrás recebeu a Netflix como salvadora, está
agindo com rapidez para conter o crescimento de uma das maiores novas
estrelas da mídia.
Importantes executivos das seis grandes redes de TV e estúdios de cinema
disseram que estão em busca de maneiras de conter a Netflix, o que
inclui adiar a data em que a empresa pode oferecer novos DVDs para
locação e um aumento nos preços da programação digital.
"O problema é que a Netflix não é a empresa que imaginávamos quando
começamos a fechar esses acordos, anos atrás. Ela mudou", disse um
executivo de estúdio, que pediu anonimato porque as discussões do
assunto são sigilosas.
A Netflix, cujas ações mostraram alta de 900% nos dois últimos anos, é
líder em locação de DVDs nos Estados Unidos, com um serviço que envia
filmes e programas de TV às casas dos clientes pelo correio. Seu serviço
de stream de vídeo também vem mostrando rápido crescimento, respondendo
por um quinto do tráfego da Web nos EUA, em horários de pico.
Executivos de Hollywood expressaram descrença quanto a alguns dos
vantajosos acordos que a Netflix conseguiu em Hollywood, como o assinado
em 2008 com a Starz, da Liberty Media, que permitiu fornecimento de
filmes da Sony e da Disney por entre US$ 20 milhões e US$ 30 milhões.
O acordo colocou o serviço de stream de vídeo da Netflix no mapa por uma
fração do preço que as operadoras de TV a cabo pagam à Starz por
pacotes de conteúdo semelhantes.
"O acordo que a Starz assinou para entregar aqueles filmes de mão
beijada por US$ 30 milhões certamente não faz sentido. Vai chegar o dia
em que ele expirará, em breve. Como a Starz e a Netflix vão lidar com o
próximo acordo?," disse Chase Carey, vice-presidente de operações da
News Corp, durante o Reuters Global Media Summit, esta semana.
Executivos de mídia também se preocupam com a possibilidade de que a
Netflix possa repetir o ocorrido na indústria de música, que passou a
ter a Apple, fabricante do iPod, ditando preços às gravadoras.
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