segunda-feira, 26 de julho de 2010

Oi afirma que rivais visam barrar o seu avanço em SP

A Oi acusa suas concorrentes de tentarem barrá-la em São Paulo ao solicitarem à Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) mais prazo para a criação de um outro prefixo de celular na Grande São Paulo.
Vivo, TIM e Claro pedem que a mudança proposta pela agência seja discutida com mais profundidade. Por isso, dizem, só deveria ser implementada em 12 meses.
A Anatel prevê a criação do código 10 para os celulares habilitados na Grande São Paulo. Ele passaria a vigorar a partir de 31 de outubro e funcionaria em paralelo ao código 11. Chamadas entre esses códigos seriam locais.
A medida tem como objetivo ampliar a quantidade de números de telefone disponíveis para as operadoras. Como o prefixo 10 coexistiria com o 11, cada número poderia ser usado por dois clientes da Grande São Paulo.
Na documentação apresentada, a agência diz que hoje existiriam somente 2 milhões de números disponíveis. Mas, segundo o diretor de assuntos regulatórios da Oi, Paulo Mattos, os dados atuais fornecidos pela agência indicam que só existem 850 mil números.
"Não será possível chegar ao fim do ano com essa quantidade de números", afirma Mattos. "As operadoras querem jogar essa discussão para o ano que vem para impedir o crescimento da Oi em São Paulo."
CRESCIMENTO
Mattos afirma que a Oi atingiu 17% de participação de mercado na Grande São Paulo no segundo trimestre deste ano, mantendo a sua tendência de crescimento.
"Devemos chegar a 21% até o fim deste ano. Com essa marca, só a Oi precisaria de 1,5 milhão de números."
Ainda segundo Mattos, TIM, Vivo e Claro não têm pressa em resolver o problema da iminente falta de números. Isso porque elas operam com participação de mercado praticamente estável. Elas conseguiriam repor os números de telefones com os aparelhos que são desabilitados quando o cliente deixa a operadora.
Como a mais recente entrante em São Paulo, a Oi precisa de números novos. Por isso, será a mais afetada caso a agência decida adiar a implantação do novo código.
PLANO B
A Oi acredita que a agência reguladora não irá ceder no prazo. Mas já sugere alternativas caso ele não seja cumprido. Uma das ideias seria fazer com que as teles devolvam para a Anatel os números que hoje ficam no estoque quando não são vendidos. A medida encontra resistência das concorrentes.
Outra saída seria trocar os chips numerados que hoje equipam as máquinas de cartões de crédito e débito por outros sem número, um paliativo até que o código 10 entre em vigor.
As concorrentes da Oi negam que estejam tentando barrá-la e alegam dificuldades técnicas para a implantação do novo código. Pedem mais prazo à Anatel porque precisariam ajustar seus sistemas (softwares instalados nos computadores das centrais telefônicas) para que as chamadas possam ser realizadas corretamente.

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