quarta-feira, 28 de julho de 2010

Portugal Telecom diz que Vivo já é passado, e Oi é o futuro

O presidente-executivo da Portugal Telecom, Zeinal Bava, disse hoje que a Vivo já é passado e a Oi, o futuro de sua companhia.
A Portugal Telecom anunciou hoje a venda para a Telefónica dos 30% que controlava na Vivo e um acordo para adquirir 22,4% da Oi.
Em entrevista coletiva após informar à comissão de valores mobiliários portuguesa sobre estas operações, Bava afirmou que a ação de ouro usada pelo Estado português para vetar a venda da parte da Portugal Telecom na Vivo inicialmente serviu para "ganhar tempo para a busca de uma solução alternativa".
"Conseguimos aproveitar esses 30 dias para criar uma alternativa que mantivesse a escala considerada fundamental para o desenvolvimento da Portugal Telecom e da economia portuguesa", disse o presidente-executivo da empresa.
Bava reconheceu que a venda da Vivo "não foi uma decisão fácil", mas disse que a empresa que comanda deve deixar "que o mercado funcione".
"A Portugal Telecom já demonstrou ao mercado que é boa criando valor, somos bons companheiros, e agora vamos ter condições para fazê-lo em uma empresa com dimensão. Estão reunidas as condições para voltar a ter um projeto com grande ambição, mais ambicioso ainda", declarou.
Bava garantiu que a Portugal Telecom só entrará na Oi depois de receber os 7,5 bilhões de euros que a Telefónica pagará pela Vivo e adiantou que, provavelmente, isso vai acontecer no primeiro trimestre de 2011.
O presidente-executivo destacou que, por meio da Oi, a Portugal Telecom terá a oportunidade de entrar em outros países da América do Sul.
O presidente do Conselho de Administração da Portugal Telecom, Henrique Granadeiros, insistiu que as decisões de venda e de aquisição foram tomadas por "unanimidade".
PAGAMENTO
Segundo o Grupo Telefónica, a oferta já está fechada e por isso "não há mais nenhum compromisso com relação às melhoras adicionais contempladas na última proposta".
O pagamento dos 7,5 bilhões de euros (R$ 17,2 bilhões) da oferta final será feito mediante o pagamento de 40% do montante no fechamento da operação -- que deve ocorrer em 60 dias, após a aprovação das autoridades regulatórias brasileiras.
Portanto, a Telefónica desembolsará 4,5 bilhões de euros (R$ 10,32 bilhões) no ato, mais 1 bilhão de euros (R$ 2,29 bilhões) em 31 de dezembro e, por último, mais 2 bilhões de euros (R$ 4,58 bilhões) em 31 de outubro de 2011.
ACORDO OI E PT
Após a Telefónica anunciar a compra do controle da Vivo, a Portugal Telecom comunicou ao mercado uma aliança com a Oi, da BrT (Brasil Telecom). A aliança prevê que a Portugal Telecom terá uma participação final, direta e indireta, de 22,4% no grupo Oi e que a empresa brasileira terá até 10% da Portugal Telecom.
As compras de participações entre a Portugal Telecom e Oi se darão por uma série de operações.
De sua parte, a Portugal Telecom vai comprar participações minoritárias em dois acionistas controladores da Oi, a AG Telecom, do grupo Andrade Gutierrez; e a La Fonte Telecom, do grupo Jereissati. A empresa portuguesa também vai comprar 10% de participação direta na Telemar Participações, controladora da Oi, por R$ 4,24 bilhões.
O aporte da Portugal Telecom na aquisição das participações será de cerca de R$ 8,44 bilhões no máximo, informou a Oi em comunicado ao mercado, incluindo participação em aumentos de capital das empresas do grupo brasileiro.
A operação de aliança envolve também propostas de aumento da capital da Telemar Participações e da Tele Norte Leste no valor de R$ 12 bilhões cada, mediante emissão de ações ordinárias e preferenciais.
A emissão da Tele Norte Leste Participações, a empresa operacional do grupo, será feita ao preço de R$ 38,54 por ação ordinária e de R$ 28,26 por ação preferencial. Já o aumento de capital da Telemar Participações, será ao preço de R$ 63,70 por ação ordinária e de R$ 50,70 por ação preferencial.
Desses aumentos de capital, a Portugal Telecom subscreverá ações até o valor de R$ 3,733 bilhões.
Com as operações, a Oi terá direito a participar do conselho de administração da Portugal Telecom, enquanto a portuguesa também terá direito a um representante no Conselho da companhia brasileira.

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