O presidente-executivo da Portugal Telecom, Zeinal Bava, disse hoje que a Vivo já é passado e a Oi, o futuro de sua companhia.
A Portugal Telecom anunciou hoje a venda para a Telefónica dos 30% que controlava na Vivo e um acordo para adquirir 22,4% da Oi.
Em entrevista coletiva após informar à comissão de valores mobiliários
portuguesa sobre estas operações, Bava afirmou que a ação de ouro usada
pelo Estado português para vetar a venda da parte da Portugal Telecom na
Vivo inicialmente serviu para "ganhar tempo para a busca de uma solução
alternativa".
"Conseguimos aproveitar esses 30 dias para criar uma alternativa que
mantivesse a escala considerada fundamental para o desenvolvimento da
Portugal Telecom e da economia portuguesa", disse o presidente-executivo
da empresa.
Bava reconheceu que a venda da Vivo "não foi uma decisão fácil", mas
disse que a empresa que comanda deve deixar "que o mercado funcione".
"A Portugal Telecom já demonstrou ao mercado que é boa criando valor,
somos bons companheiros, e agora vamos ter condições para fazê-lo em uma
empresa com dimensão. Estão reunidas as condições para voltar a ter um
projeto com grande ambição, mais ambicioso ainda", declarou.
Bava garantiu que a Portugal Telecom só entrará na Oi depois de receber
os 7,5 bilhões de euros que a Telefónica pagará pela Vivo e adiantou
que, provavelmente, isso vai acontecer no primeiro trimestre de 2011.
O presidente-executivo destacou que, por meio da Oi, a Portugal Telecom
terá a oportunidade de entrar em outros países da América do Sul.
O presidente do Conselho de Administração da Portugal Telecom, Henrique
Granadeiros, insistiu que as decisões de venda e de aquisição foram
tomadas por "unanimidade".
PAGAMENTO
Segundo o Grupo Telefónica, a oferta já está fechada e por isso "não há
mais nenhum compromisso com relação às melhoras adicionais contempladas
na última proposta".
O pagamento dos 7,5 bilhões de euros (R$ 17,2 bilhões) da oferta final
será feito mediante o pagamento de 40% do montante no fechamento da
operação -- que deve ocorrer em 60 dias, após a aprovação das
autoridades regulatórias brasileiras.
Portanto, a Telefónica desembolsará 4,5 bilhões de euros (R$ 10,32
bilhões) no ato, mais 1 bilhão de euros (R$ 2,29 bilhões) em 31 de
dezembro e, por último, mais 2 bilhões de euros (R$ 4,58 bilhões) em 31
de outubro de 2011.
ACORDO OI E PT
Após a Telefónica anunciar a compra do controle da Vivo, a Portugal
Telecom comunicou ao mercado uma aliança com a Oi, da BrT (Brasil
Telecom). A aliança prevê que a Portugal Telecom terá uma participação
final, direta e indireta, de 22,4% no grupo Oi e que a empresa
brasileira terá até 10% da Portugal Telecom.
As compras de participações entre a Portugal Telecom e Oi se darão por uma série de operações.
De sua parte, a Portugal Telecom vai comprar participações minoritárias
em dois acionistas controladores da Oi, a AG Telecom, do grupo Andrade
Gutierrez; e a La Fonte Telecom, do grupo Jereissati. A empresa
portuguesa também vai comprar 10% de participação direta na Telemar
Participações, controladora da Oi, por R$ 4,24 bilhões.
O aporte da Portugal Telecom na aquisição das participações será de
cerca de R$ 8,44 bilhões no máximo, informou a Oi em comunicado ao
mercado, incluindo participação em aumentos de capital das empresas do
grupo brasileiro.
A operação de aliança envolve também propostas de aumento da capital da
Telemar Participações e da Tele Norte Leste no valor de R$ 12 bilhões
cada, mediante emissão de ações ordinárias e preferenciais.
A emissão da Tele Norte Leste Participações, a empresa operacional do
grupo, será feita ao preço de R$ 38,54 por ação ordinária e de R$ 28,26
por ação preferencial. Já o aumento de capital da Telemar Participações,
será ao preço de R$ 63,70 por ação ordinária e de R$ 50,70 por ação
preferencial.
Desses aumentos de capital, a Portugal Telecom subscreverá ações até o valor de R$ 3,733 bilhões.
Com as operações, a Oi terá direito a participar do conselho de
administração da Portugal Telecom, enquanto a portuguesa também terá
direito a um representante no Conselho da companhia brasileira.
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