A empresa de comércio eletrônico MercadoLivre prevê uma aceleração dos
investimentos e da concorrência nos próximos anos na região, devido à
chegada de novos atores globais, disse o vice-presidente operacional da
companhia, Stelleo Tolda.
A América Latina, com um sólido crescimento econômico e rápida expansão
do acesso à internet, está atraindo empresas globais de tecnologia, como
o site de compras coletivas Groupon e o de filmes on-line Netflix.
Segundo a imprensa brasileira, a gigante norte-americana Amazon pretende desembarcar neste ano no país, maior mercado da região.
"Há mais atenção para a América Latina. A região não tinha
historicamente uma posição destacada no jogo global, mas isso tende a
mudar, particularmente liderado pelo Brasil", disse Tolda à Reuters em
São Paulo.
"Essa combinação de um mercado grande com forte crescimento sem dúvida
atrai 'players' globais... É de se esperar mais investimentos, mais
concorrência e um maior nível de exigência do consumidor com relação ao
que ele espera das empresas de tecnologia."
O comércio eletrônico na América Latina cresce a uma média de 27% ao ano, segundo a consultoria norte-americana IDC.
O Brasil concentra 60% das transações latino-americanas pela internet,
seguido por México (12%), Chile (5%), Argentina, Venezuela (4% cada) e
Colômbia (2%), segundo estudo da Visa e da América Economia.
Os principais motores do comércio eletrônico são o aumento da penetração
da internet, o surgimento de uma classe média emergente e a agressiva
expansão do uso de smartphones.
O MercadoLivre, que domina o mercado regional com 65,8 milhões de
usuários registrados no final de 2011, disse não se sentir pressionado
com a chegada de rivais como a Amazon.
"Não nos guiamos nem alteramos nossa estratégia por causa de um
competidor ou outro", disse Tolda. "O mundo do comércio eletrônico é um
mundo já globalizado, e os desafios que temos são maiores que no
passado."
A empresa divulgou em fevereiro que teve um lucro de US$ 76,8 milhões em
2011, crescimento de 37% em relação ao ano anterior. E, segundo o
executivo, a intenção é não tirar o pé do acelerador.
"Esperamos crescer tanto quanto for o crescimento do comércio eletrônico na região neste ano. A expectativa é em torno de 30%."
Uma pesquisa publicada na quarta-feira (28) indica que o MercadoLivre
está se transformando em uma plataforma para vendedores profissionais. O
estudo da consultoria Nielsen revelou que cerca de 134 mil pessoas na
América Latina vivem de negócios fechados pelo MercadoLivre.
"Eles representam um percentual baixo do total, mas movimentam quase
metade do volume de negócios realizados no site", disse Tolda.
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