A primeira-ministra da Austrália, Julia Gillard, aprovou a decisão de
proibir a fabricante chinesa Huawei de concorrer a grandes contratos do
governo, mesmo depois de Pequim ter se mostrado preocupada com o
tratamento às empresas do país.
A Austrália proibiu a fabricante de equipamentos para telecomunicação de
participar das concorrências para a criação da rede australiana de
banda larga de alta velocidade, a NBN, um projeto de US$ 38 bilhões,
devido a preocupações de segurança não especificadas.
Gillard disse a jornalistas que manterá a decisão, que segundo ela não
contraria as regras do comércio internacional; a premiê mencionou as
regras que a própria China impõe para investimento no setor de
telecomunicações.
"Tomamos decisões em defesa do interesse nacional. Tomamos decisões que é
nosso direito tomar", disse Gillard. "Qualquer acusação de que elas
representam violação das normas comerciais simplesmente não procede",
afirmou.
"Sei que a China mesma tem posições estabelecidas quanto ao seu setor de
telecomunicações e ao ingresso de estrangeiros, além de adotar uma
abordagem especial quanto a permitir investimento estrangeiro nessa
área", disse.
A Huawei negou que seja um risco de segurança tecnológica e afirmou que
ainda tem esperança de conquistar contratos relacionados à NBN.
Na quarta-feira, o Ministério do Exterior chinês pediu ao governo
australiano que concedesse acesso justo de mercado às companhias da
China.
"Esperamos que as autoridades australianas ofereçam às companhias
chinesas um ambiente de mercado justo e livre de discriminação, em vez
de obstruírem as operações normais de empresas chinesas na Austrália em
nome de uma suposta segurança", disse o porta-voz do ministério, Hong
Lei.
O secretário do Tesouro australiano, Wayne Swan, declarou a repórteres
na quarta-feira que o problema com a Huawei não prejudicaria as relações
com o maior parceiro comercial do país.
A Huawei informou na quarta-feira que suas operações australianas
continuavam a operar normalmente, depois da decisão de excluí-la do
projeto NBN.
"Não temos indicação de que outros projetos tenham sido analisados",
disse o porta-voz da companhia no país, Luke Coleman, à Reuters.
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