segunda-feira, 26 de março de 2012

Austrália bloqueia participação da Huawei em rede de banda larga

A Austrália impediu a participação da chinesa Huawei Technologies na concorrência pela NBN (National Broadband Network), a rede nacional de banda larga, devido a questões de segurança.
"Fomos informados pelo governo de que não existirá papel para a Huawei na NBN australiana", disse Jeremy Mitchell, porta-voz da empresa, segunda maior fabricante mundial de equipamentos para telecomunicações.
A NBN é o maior projeto nacional de infraestrutura na história da Austrália, e conectará 93% dos domicílios e empresas do país a serviços de banda larga por fibra óptica, em regiões urbanas e outras áreas. O projeto foi concebido em 2009 pelo governo australiano, que prometeu investir US$ 38 bilhões na rede, que deve estar concluída em 2020.
O "Australian Financial Review" publicou nesta segunda-feira (26) que a Huawei estava tentando obter um contrato de equipamento no valor de até 1 bilhão de dólares australianos para a NBN, mas foi bloqueada pela Secretaria de Justiça australiana por objeções apresentadas pela ASIO (Australian Security Intelligence Organization), o serviço de inteligência australiano.
Nicola Roxon, porta-voz da Secretaria de Justiça, afirmou em comunicado que "isso é coerente com as práticas governamentais que visam garantir a segurança e a durabilidade da infraestrutura crítica australiana".
O governo não vai prestar informações sobre suas discussões específicas com empresas, que são consideradas confidenciais, acrescentou.
A Asio se recusou a comentar o relatório.
Durante uma conferência de segurança nuclear na Coreia do Sul, a primeira-ministra Julia Gillard disse a jornalistas que o governo havia tomado uma decisão prudente quanto às concorrências pela NBN.
"Seria de esperar que o governo tomasse decisões prudentes para garantir que o projeto de infraestrutura cumpra o que desejamos dele, e tomamos uma dessas decisões", afirmou Julia.
A Huawei foi fundada e é presidida por Ren Zhengfei, ex-oficial do exército chinês, o que alimenta alegações de que a empresa tem relacionamento estreito com o governo da China.

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