São 200 mil no Facebook, 300 mil no LinkedIn e 25 mil no Twitter. Na
rede interna (corporativa), há nada menos do que 400 mil perfis e 17 mil
blogs.
Eles se declaram IBMers, membros da 'nação' surgida em torno de uma das mais antigas empresas de tecnologia do mundo.
A IBM é o exemplo mais vigoroso da adoção do"social business", um dos
temas do Fórum Mundial de Mídia Social, que ocorre nesta semana em
Londres.
O conceito implica mais peso para o fator humano e para a coletividade
nos processos decisórios das companhias. Na prática, coloca sobre a mesa
do executivo, ao lado de planilhas de análise de concorrência e números
de faturamento, as opiniões e ideias de consumidores e funcionários.
"O 'social business' envolve mais transformações culturais do que
tecnológicas", afirma Delphine Rémy-Boutang, gerente de marketing para
mídia social da IBM e diretora executiva da consultoria The Social
Bureau. "É uma abordagem estratégica de longo prazo para formatar uma
cultura de negócio, algo que depende fortemente da liderança
corportativa e inclui processos, gestão de risco, controle financeiro e
análise de negócio."
Outra gigante no mercado de tecnologia, a Dell tem canais diretos com
consumidores há cerca de duas décadas. Em 1996, desenvolveu fóruns de
discussão no site da empresa. Seis anos atrás, criou a primeira equipe
de trabalho de campo on-line, que conversa com blogueiros e usuários de
redes sociais de todo o mundo, gerando troca de informações e
estreitando o relacionamento com pessoas que, não raro, saem em defesa
da marca.
Hoje, o centro de comando de monitoramento da Dell registra cerca de 22
mil menções da marca ao dia. "Os maiores desafios são saber lidar com um
grande volume de conversas e direcionar as ideias coletadas para os
lugares certos da empresa", considera Kerry Bridge, diretora de mídia
social da companhia. "Estrutura e treinamento são a chave."
O IdeaStorm e o XPS 13 são algumas das plataformas criadas pela empresa
para incentivar o crowd-sourcing (criação coletiva, em tradução livre). O
primeiro, nascido em 2007, já recebeu mais de 16 mil ideias, 480 delas
implementadas após votação dentro da própria comunidade.
FUNCIONÁRIOS
Vetar comentários, ainda que extraoficialmente, sobre a empresa nas
redes sociais ainda é algo comum - mas ineficaz, destacam especialistas.
"A mídia social é um campo aberto, e para estar nele você deve abolir a
ideia de controle", resume Lauren Gerstner, gerente global de
comunicações e estratégia de mídia social da Nokia Care, divisão de
atendimento da fabricante finlandesa de celulares.
Na empresa, funcionários são orientados sobre como agir nas redes
sociais. "Incentivamos a atuação nas redes, a transparência quanto ao
vínculo com a Nokia e a contribuição com o conhecimento que eles detêm",
afirma Lauren.
O treinamento, além de evitar deslizes, pode trazer ganhos à empresa.
"Temos mais de 5.000 funcionários treinados para lidar com as mídias
sociais, e muitos deles veem o que se diz nesses canais como parte de
seu trabalho", diz Kerry Bridge, da Dell.
Delphine relata que, já em 1997, a IBM recomendou aos funcionários que
usassem a internet, em um tempo no qual a regra era restringir o acesso à
web. Atualmente, a companhia mantém um programa educativo sobre redes
sociais.
Nenhum comentário:
Postar um comentário