O site de buscas Google declarou na segunda-feira (26) que está revisando uma decisão judicial do Japão que determina a suspensão de sua função de autocompletar para preservar a reputação de um homem que pedia para não ser vinculado falsamente a crimes.
O principal motor de buscas na internet publicou a declaração depois que o advogado do demandante, Hiroyuki Tomita, disse à imprensa japonesa que o Google recebeu a ordem de suspender a função no Japão por violar a privacidade do seu cliente.
"Um tribunal japonês emitiu ordem provisória solicitando ao Google para eliminar os termos específicos para autocompletar", confirmou na segunda-feira um porta-voz do site de buscas, uma empresa com sede na Califórnia.
"O juiz não exigiu ao Google suspender por completo a função de autocompletar", continuou. "O Google está revisando a ordem", acrescentou.
Tomita disse que, ao digitar o nome de seu cliente no motor de buscas do Japão, os resultados o implicam em crimes.
O advogado sustentou que, dado que esses resultados começaram a aparecer na internet durante os últimos anos, seu cliente tem tido dificuldades de encontrar trabalho, pois sua reputação on-line sempre é questionada.
A função de autocompletar é proporcionada por muitos motores de busca, que sugerem o que um usuário pode estar procurando enquanto ele digita uma palavra. As sugestões de consulta normalmente se baseiam no que outras pessoas procuraram quando escreveram as mesmas iniciais.
"Essas buscas são produzidas por uma série de fatores, entre eles a popularidade dos termos de busca", explicou o porta-voz do Google.
"O Google não determina esses termos manualmente, todas as consultas que aparecem na função de autocompletar foram escritas anteriormente por outros usuários do Google", acrescentou.
Os detalhes do caso não são conhecidos, mas é possível que o demandante seja homônimo de alguém que realmente está vinculado a um ato criminoso.
Tomita explicou que a função de autocompletar é problemática, já que direciona os usuários a sites que podem conter informação falsa ou enganosa.
O Google respondeu às queixas do homem dizendo que como os resultados são compilados automaticamente. O site de buscas se negou a comentar os detalhes do caso, dizendo que é política da empresa não fornecer informações de um litígio em curso.
Em 19 de março, o tribunal japonês aprovou a petição, mas o Google não fez nada até agora, argumentando que a lei japonesa não vigora em sua sede central dos Estados Unidos, nem rege sua política corporativa de privacidade, segundo o advogado.
O homem pode reivindicar perdas e danos financeiros, na tentativa de pressionar o Google a apagar a busca sugerida, disse Tomita.
Nenhum comentário:
Postar um comentário