Tenho comentado aqui que um dos efeitos colaterais desse maravilhoso
instrumento de interatividade do jornalismo digital é o linchamento, no
qual a rede estabelece uma conexão direta com o esgoto do ressentimento,
da inveja e do preconceito. Anônimos e não anônimos movidos pelo ódio
passam a ter um novo poder. Dois estudantes americanos acabam de fazer
uma invenção que vai ajudar ainda mais a compartilhar o ódio na
internet, mais especialmente no Facebook.
São estudantes do curso de mídias emergentes da Universidade do Texas.
Decidiram facilitar o compartilhamento de inimigos pela internet,
criando um aplicativo no Facebook. Através dele, cada usuário faz uma
lista de inimigos e compartilha pela rede. Em vez de "like", "dislike",
ou "friend", "unfriend". Assim, criam-se redes de afinidades não em cima
do que gostamos, mas do que não gostamos.
Os estudantes se incomodavam com o fato de que, no Facebook, só havia
lista de afinidades a serem compartilhadas e não de pessoas, coisas e
lugares de que as pessoas não gostassem.
Não sabemos ainda como a Facebook vai reagir. Mas há indícios de que pode ser um sucesso.
A procura foi tanta que a plataforma para o aplicativo saiu do ar até que se contratassem maiores servidores.
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