Em relatório, a consultoria Forrester Research até recomenda aos investidores e profissionais de marketing: "Se você está colocando todos os esforços sociais nos EUA, é hora de mudar seu foco --e seu orçamento-- para países onde os usuários são mais sociais".
"Os emergentes lideram o mundo na adoção de mídia social, enquanto mercados tradicionais ficaram para trás", diz o estudo, destacando, entre os emergentes, China, Índia e Brasil.
Mas já se percebem por aqui os primeiros sinais de uma reação à vida digital e aos seus efeitos sobre a produtividade, ao menos nos bolsões em que a disseminação de mídia social é maior e mais amadurecida.
Num exemplo prosaico, a presidente Dilma Rousseff abandonou o Twitter há mais de um ano, apesar dos reclamos gerais, "por falta de tempo", segundo a Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República.
Ela continua com a internet presente em seu cotidiano, mas como "espectadora", na classificação da Forrester para internautas de mercados "maduros" como os EUA.
No caso, Dilma usa a internet para consumo de jornais e revistas, o que ocupa entre uma hora e uma hora e meia de seu tempo, pela manhã. Tem como base um notebook, que fica em sua mesa, e usa tablet para leitura de títulos, inclusive internacionais, como o "Financial Times". Iniciado o trabalho, não permite nem celular nas reuniões.
Corroborando estudos que indicam que a internet prejudica não apenas a criatividade das pessoas mas a sua própria humanidade, o diretor de teatro Antunes Filho abandonou seu notebook, que deu para um assistente.
"Eu gosto de ficar com a cabeça livre", responde Antunes, ao ser questionado sobre criatividade. "A internet é o grande cheio. Você tem de ficar no grande vazio, no grande zen, solto, nuvem branca correndo no céu."
A estudante brasiliense Isabele Bachtold, 24, que saiu do Facebook para se concentrar nos estudos |
Também são comuns os casos de jovens que se desligam da rede para estudar. É o caso da estudante brasiliense Isabele Bachtold, 24, que fez uma pausa para se dedicar mais ao concurso do Instituto Rio Branco.
"Eu acabava entrando [na internet] para tirar alguma dúvida, aí ficava no Facebook e, quando percebia, já tinha passado meia hora", conta. Assim, tomou a decisão de desativar a conta. "Desativei, em vez de deletar, porque pretendo voltar", diz Isabele.
Até agora, a estudante não sentiu tanta falta da rede social --o Facebook era a única que usava. "Eu só sinto falta de saber o que está acontecendo na cidade."
Dos amigos que mantinha na rede, 13 eram os que Isabele interagia com mais frequência. "Sempre que tinha novidades, alguém postava nesse grupo. Continuo me encontrando com eles."
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