terça-feira, 24 de janeiro de 2012

Netflix está contente porque 2011 acabou, mas 2012 pode ser pior

A Netflix provavelmente está feliz porque 2011 acabou. Mas 2012 talvez seja igualmente difícil.
Os investidores, que conduziram as ações da empresa a uma alta de quase 50% do final de novembro para cá, acreditam que a companhia que revolucionou o setor de locação de vídeo pode ter conseguido conter a perda de assinantes sofrida depois de um aumento de preços que causou fortes críticas e de uma tentativa canhestra de transformar seu serviço de locação de DVDs com entrega via correio em uma companhia separada chamada "Qwikster".
Mas a concorrência continua a ser forte, sua marca foi prejudicada e o custo de seu projeto de expansão vai erodir os lucros, ao menos em curto prazo.
A Netflix quer convencer os consumidores a trocar a locação de DVDs pelo seu serviço de vídeo on-line em formato stream. Para isso, terá de arcar com custos pesados para oferecer novos programas de TV e filmes, e já alertou que o custo de conteúdo em que incorre dobrará este ano. Ao mesmo tempo, precisa enfrentar a perda de alguns filmes mais novos para o canal de cabo Starz, da Liberty Media, a partir do final de fevereiro.
"2012 será um ano de transição", disse Michael Olson, analista da Piper Jaffray, que recomenda as ações da Netflix e avalia seu preço em US$ 100. "A boa notícia para a Netflix é que as expectativas se rebaixaram um pouco".
Quando a companhia comandada pelo presidente-executivo Reed Hastings divulgar seu resultado do quarto trimestre, na quarta-feira, as atenções estarão concentradas em seus esforços para conter a perda de assinantes, o que provocou forte onda de venda de suas ações no ano passado.
Hastings, antes visto por Wall Street como um gênio infalível, se viu forçado a recuar quanto à adoção do nome Qwikster, e a pedir desculpas pela "arrogância", mas o estrago já tinha sido causado.
A Netflix perdeu mais de 800 mil clientes nos Estados Unidos no terceiro trimestre de 2011, e alertou que as assinaturas para locação via correio cairiam muito nos três meses finais do ano, o que causou a maior perda diária de valor desde 2004, para suas ações.
Wall Street continua otimista quanto a suas perspectivas de longo prazo, enquanto a companhia se mantiver capaz de bancar sua dispendiosa expansão internacional e garantir conteúdo suficiente para enfrentar rivais como a Apple, Amazon.com, e Blockbuster, controlada pela Dish Network.
A Netflix informou que terminará este ano no vermelho, em função de sua expansão na América Latina e partes da Europa.
"Embora ainda acreditemos que a empresa pode criar um forte negócio global, 2012 deve ser feio", afirmou Steve Frankel, analista da Dougherty & Co que avalia as ações da Netflix a US$ 90, em nota a clientes.

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